quinta-feira, 31 de julho de 2014

LEMBRANÇAS DE LONDRINA : MEMÓRIAS DE UM CARROCEIRO DA VILA BRASIL!

Como professor de História sempre fui fascinado por Londrina. Vendo os registros históricos da Londrina de ontem, sinto-me emocionado. Tenho grande respeito por todos os antepassados que fizeram a expressão material e moldaram os padrões morais de Londrina em longinquas décadas passadas. Heróis que desbravaram, organizaram e pavimentaram a Londrina dos nossos dias. Eis um pedaço da história passada na "Pequena Londres":

MEMÓRIAS DE UM CARROCEIRO

3 SEMANA ATRÁS POR  EM AUDIO TAGS: 
Ele chegou ao Paraná com a família em 1939. O pai foi tratar da saúde em São Paulo, mas morreu um ano depois. “Fiquei com minha mãe e meus dois irmãos no meio da mata”, conta Raphael Safra, que desembarcou em Tamarana, “naquele tempo Tamarana era São Roque”. Conta que veio junto com “três namoradas”: machado, foice e enxada. No início dos anos 40, durante a 2ª Guerra Mundial, Raphael andava 25 quilômetros a pé, do sítio até a Prefeitura de Londrina. “Pra pegar um quilo de querosene e um quilo de açúcar e às vezes nem pegava. A gente adoçava café com melado de cana”, recorda. Criado na roça e no batente, como explica, vendeu o sítio e se estabeleceu na Vila Brasil a partir de 1958. Ganhou parte da vida como carroceiro. “O que mais eu transportava? Madeira, café e mudança”, relembra. “O burrinho puxava mais de mil quilos de café pra qualquer canto”. Amizades e bons encontros ele fez no bairro. Só deixou a Vila Brasil para trabalhar de caseiro na chácara de João Fuganti, onde permaneceu por 16 anos, mas voltou à casa onde criou os filhos, junto com a esposa Nieves. Lá ele concedeu essa entrevista ao projeto 80xLondrina, acompanhado do amigo José Rodrigues Andrade. Os dois convivem desde 1964. “Eu já adomei cavalo; adomei burro; adomei vaca braba pra tirar leite. Tudo isso eu fiz. Matei muita vaca e fiz muito churrasco pra casamento. Desse caramba aqui, matei duas vacas pra fazer o casamento dele”. A dica da entrevista com Raphael Safra partiu da historiadora Maria Fiorato, que contou a história dele e de outros moradores da Vila Brasil no livro Impressões da Memória, organizado em parceria com Danilo do Amaral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário