quinta-feira, 14 de abril de 2016

PROJETO "OFICINAS INTERGERACIONAIS" PARA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS ÀS CRIANÇAS E IDOSOS!


DA FOLHA DE LONDRINA AO BLOG COMUNICANDO PARA REFLETIR!

Ricardo Chicarelli

Preparação: grupo da terceira idade participa de rodas de histórias no Centro de Convivência da Zona Leste

Histórias de vida sempre 
reservam reflexões profundas. São elas muitas das vezes que encorajam uma
 pessoa a traçar uma nova trajetória. Por que não acreditar então que elas 
podem ser capazes de amenizar um conflito cada vez mais presente na 
sociedade atual? É o que pretende o projeto Oficinas Intergeracionais: 
saberes e fazeres da experiência, em desenvolvimento na rede 
municipal de assistência ao idoso.
A ideia é utilizar a contação de
 histórias para aproximar
 gerações e recuperar o
 respeito de jovens
 pelos idosos. As oficinas
 já começaram. Uma vez por
 semana, cerca de 30 pessoas 
da terceira idade participam da 
roda de histórias promovida pelos 
centros de convivência das zona leste
 e oeste de Londrina. É a preparação para
 a etapa mais importante, que vai levar estes
depoimentos a estudantes com idade entre 6 e
 11 anos da rede municipal.
Aos 81 anos, a professora aposentada Maria Napolitana
 Gonçalves guarda muitas histórias da sua vida. Dona de
 uma memória muito viva, capaz de buscar detalhes que já 
lhe pareciam longínquos demais, ela se orgulha em resgatar
 os bons momentos vividos pela família de origem italiana em
 sua chegada ao Brasil, nas primeiras décadas do século passado.
 O que talvez nunca tivesse imaginado é que suas relíquias poderiam
servir agora para tentar amenizar o conflito com gerações mais novas.
"Vivi na roça até os 5 anos de idade, e depois tive que me mudar para a 
cidade para poder fazer o terceiro e o quarto anos na escola. As crianças 
de hoje em dia não sabem o que é isso. Então é importante para elas 
o tempo atual e antigo e saberem o que nos vivemos", disse a 
descendente de italianos.
O projeto é fruto da tese de doutorado da professora colaboradora
 do Departamento de Ciência da Informação da UEL, Simone
 Borges Paiva. Ela reforça que dessa forma as duas gerações
 podem encontrar pontos em comum, facilitando o 
entendimento e respeito, principalmente por parte
 dos mais jovens. "Eles vão percebendo nas experiências
 que têm muitas coisas em comum. Por exemplo: todos brincaram. 
As crianças estão brincando e os idosos já brincaram e trabalharam,
 então eles podem através dessas temáticas, que aparentemente são
 tão distintas, encontrar pontos semelhantes", observou. 
A previsão é de que até o final do primeiro semestre o projeto avance 
para dentro das escolas. Visando facilitar o desenvolvimento, os 
professores também vão passar por um treinamento que lhes
 capacitará a coordenar os encontros dentro das escolas. 
Ano passado atendi uma vó que dizia que o neto batia 
nela. Acredito que vai ajudar também os idosos a 
entenderem as crianças. 

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