DA FOLHA DE LONDRINA AO BLOG COMUNICANDO PARA REFLETIR!
Preparação: grupo da terceira idade participa de rodas de histórias no Centro de Convivência da Zona Leste
Histórias de vida sempre
reservam reflexões profundas. São elas muitas das vezes que encorajam uma
pessoa a traçar uma nova trajetória. Por que não acreditar então que elas
podem ser capazes de amenizar um conflito cada vez mais presente na
sociedade atual? É o que pretende o projeto Oficinas Intergeracionais:
saberes e fazeres da experiência, em desenvolvimento na rede
municipal de assistência ao idoso.
A ideia é utilizar a contação de
histórias para aproximar
gerações e recuperar o
respeito de jovens
pelos idosos. As oficinas
já começaram. Uma vez por
semana, cerca de 30 pessoas
da terceira idade participam da
roda de histórias promovida pelos
centros de convivência das zona leste
e oeste de Londrina. É a preparação para
a etapa mais importante, que vai levar estes
depoimentos a estudantes com idade entre 6 e
11 anos da rede municipal.
Aos 81 anos, a professora aposentada Maria Napolitana
Gonçalves guarda muitas histórias da sua vida. Dona de
uma memória muito viva, capaz de buscar detalhes que já
lhe pareciam longínquos demais, ela se orgulha em resgatar
os bons momentos vividos pela família de origem italiana em
sua chegada ao Brasil, nas primeiras décadas do século passado.
O que talvez nunca tivesse imaginado é que suas relíquias poderiam
servir agora para tentar amenizar o conflito com gerações mais novas.
"Vivi na roça até os 5 anos de idade, e depois tive que me mudar para a
cidade para poder fazer o terceiro e o quarto anos na escola. As crianças
de hoje em dia não sabem o que é isso. Então é importante para elas
o tempo atual e antigo e saberem o que nos vivemos", disse a
descendente de italianos.
O projeto é fruto da tese de doutorado da professora colaboradora
do Departamento de Ciência da Informação da UEL, Simone
Borges Paiva. Ela reforça que dessa forma as duas gerações
podem encontrar pontos em comum, facilitando o
entendimento e respeito, principalmente por parte
dos mais jovens. "Eles vão percebendo nas experiências
que têm muitas coisas em comum. Por exemplo: todos brincaram.
As crianças estão brincando e os idosos já brincaram e trabalharam,
então eles podem através dessas temáticas, que aparentemente são
tão distintas, encontrar pontos semelhantes", observou.
A previsão é de que até o final do primeiro semestre o projeto avance
para dentro das escolas. Visando facilitar o desenvolvimento, os
professores também vão passar por um treinamento que lhes
capacitará a coordenar os encontros dentro das escolas.
Ano passado atendi uma vó que dizia que o neto batia
nela. Acredito que vai ajudar também os idosos a
entenderem as crianças.
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