Já vivenciei nos ônibus coletivos de Londrina, jovens super educados, quando vê entrando pessoas de idade cedem seus lugares. Às vezes uso o ônibus, quando estou cansado depois de muito caminhar, hábito que possuo de usar doses quilométricas de caminhada . Ao passo que alguns podem ver os idosos de pernas bambas, dificuldades de segurar no corrimão, sem condições físicas de ficar em pé, não cedem seus lugares de forma alguma. Abaixam as cabeças, fingem cochilos, ficam alheios aos problemas dos da terceira idade.
O Frei conta este fato :
"Algumas crianças estão refesteladas no banco do ônibus, enquanto um casal de idosos aguentava firme em pé. O visual dos dois denota cansaço e preocupação. Os passageiros olham apáticos para eles, como se fossem gente de outro mundo. Uma senhora, também de certa idade, comenta com a vizinha:- Está vendo aquela cena? Gente nova e cheia de vida esborrachada no banco, enquanto aqueles idosos mal podem manter-se em pé. - Concordo com você. O povo de hoje não sabe mais o que é civilidade. Por outro lado, continuou a vizinha abaixando a voz, gente dessa idade não deveria mais viajar...
Quase sem ouvir as últimas palavras da vizinha, aquela senhora levantou-se decidida e fez sinal aos idosos para que viessem ocupar seu lugar. O homem mandou a esposa assentar-se e ficou de pé, ao seu lado. Mas os passageiros já haviam entendido a lição. Crianças, jovens e adultos, uma porção se levantou para ceder o seu lugar. Agora havia lugar sobrando. Estabeleceu-se então um clima de fraternidade no ônibus. No meio da conversa descontraída, ficaram sabendo o motivo da viagem dos dois: iam visitar o filho em estado grave, quase às portas da morte. Não era, portanto, uma viagem recreio."
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