Estância Guaicurus, hospedagem credenciada à rota: abriga o maior labirinto de café do mundo.
Mesmo que não tenhamos nenhuma vocação para o trabalho no campo, sem dúvida, a plantação de pés de café, dá-nos incanto pelo seu verde e a florada branca por isso vamos em direção a rota do café. O Café – uma bebida que agrega, acaricia e traz aconchego. Que tal o café?  Apenas aprendo a degustar, sem cobranças dogmáticas. Açúcar, ou adoçante se necessário for. Acompanhado de bolo de fubá? Melhor ainda.

Fazenda Monte Bello: propriedade do século passado que conserva todas as instalações  usadas na produção de café. 
Sabemos, o café tem função social. Seja em casa, no boteco, no escritório ou no museu ele serve para conciliar e reunir. É popular, de raiz. Democrático. Com a entrada dos grãos especiais, cheios de certificados de origem e divisão por estrelas a bebida entrou no cardápio oficial de quem sabe identificar minuciosamente os níveis de acidez, aroma, corpo e sabor. Melhor: apesar dos avanços pode ser apreciada principalmente por quem (presente!) não entende nada de produção, torra ou degustação.
Entre um devaneio e outro descubro a Rota do Café  – um produto turístico que resgata a vocação do norte paranaense. Mais do que isso, o projeto – desenvolvido pelo Sebrae-PR – é um dos mais completos e originais do país quando se trata de incentivo ao turismo nacional. Durante quase três anos uma equipe de consultores traçou o caminho que levaria às tradições históricas da região, de antigas fazendas cafeeiras a excitantes restaurantes rurais – passando pelo maior labirinto formado por pés de café do mundo até estâncias ecológicas. Mapearam 16 municípios de interesse e identificaram 34 atrativos, tudo dentro de um raio de 200 quilômetros de Londrina – antiga “capital mundial do café” – cidade considerada a base da empreendimento.

Fazenda Flora: propriedade histórica com 24 tulhas  secadoras e um enorme terreirão de café ainda conservados.
A proposta da Rota do Café – e aí está todo o diferencial – é facilitar experiências de vida e promover vivências pessoais. Toda a região Norte do Paraná já foi referência mundial na produção cafeeira, mas a baixa dos preços seguida por fortíssimas geadas nas décadas de 60 e 70 dizimaram plantações inteiras. Ficaram a memória e os projetos de colonização. Um olhar rápido pelos caminhos que formam a Rota do Café do Paraná você vai perceber que ela resgata não só a minha, mas também a sua história. Devota paixão e estabelece uma nova relação entre o pioneiro e a nova geração.
A rota oferece várias opções de passeios. O turista pode conhecer fazendas históricas desativadas com tulhas e terreiros de secagem do café, passar por cafeterias gourmets, interpretar a história no museu, dormir em propriedades rurais “de verdade” e, dependendo da época, pode até participar da colheita.

Pode-se fazer passeio no carrinho que levava o café às tulhas. 
 Como somos de Londrina pé vermelho somos, Rota do Café é legal. Acredite: não existe nada similar no Brasil. Sem querer desabonar a rota de café mineira que, sim, tem um enorme valor – não existe no Brasil nenhum paralelo à estrutura e capacitação montada na Rota do Café do Norte do Paraná para receber o turista que queira mergulhar neste mundo cheio de aromas e lotado de causos para contar.

Leia mais: http://www.matraqueando.com.br/rota-do-cafe-resgata-vocacao-do-norte-do-parana#ixzz4bcw4dNqX