Vocês acham que os
filhos podem fazer tudo que lhes vêm na cabeça ou devem dizer não em algumas
situações?
Imaginemos que ocorram estes fatos presenciados por papai ou mamãe:
— Seu filho pode
arranhar morder e arrancar os cabelos dos outros só
porque pegaram seu brinquedo favorito?
— Pode entupir o vaso
sanitário de casa ou da escola com papel higiênico?
— Pode bater na cara dos
amiguinhos, dos adultos e dos professores?
— Pode riscar as paredes
de casa ou da escola?
— Pode pegar material
escolar, sua mochila e levar para casa?
— Pode se escorregar
numa loja ou mercado, fazendo gritaria e bagunça?
— Pode dirigir sem
carteira de motorista o seu carro?
— Pode ir às festinhas e
se embriagar e voltar altas horas da madrugada, dirigindo?
— Pode num ato agressivo
dar uma facada no (a) namorado (a) que terminou o relacionamento?
— Pode num ato de insensibilidade jogar álcool
no mendigo e atear fogo só de brincadeira?
— Pode sair por aí
pichando muros, casas, monumentos históricos?
— Pode numa celebração
religiosa em uma igreja, ficar correndo, brincando,
perturbando o momento
espiritual?
— Pode abrir o maior
berreiro num estabelecimento comercial querendo determinada
coisa ou brinquedo?
— Pode trazer a
namoradinha para dormir com ele em seu quarto?
— Pode ser desrespeitoso
com os professores, ficando só conversando e não fazendo
as tarefas escolares?
— Pode quando utilizando
um ônibus urbano não ceder seu lugar para o idoso ou
alguém com deficiência
física?
— Pode ser malcriado e
respondão com as pessoas?
— Pode ser um relaxado
que joga papel, cascas de frutas no chão emporcalhando a cidade?
Se as suas respostas são
NÃO, parabéns estão educando seus filhos da melhor maneira
possível e
concordando que dar LIMITES é necessário e primordial.
Segundo
estudos filosóficos, à
criança que não aprende quais são seus limites em casa não
os terá fora de
casa. Os primeiros anos de vida são fundamentais para ela aprender
o que é o
mundo, o que é a vida e quem tem que ensinar isso são os pais.
Há
tarefas importantíssimas a desenvolver, muitas responsabilidades sobre o que
vai ocorrer com os filhos, mas cheios de culpa, os pais se sentem perseguidos.
Antes, que tinha medo dos pais eram os filhos. Hoje os pais é que têm medo dos
filhos, medo de traumatizar, medo de agir errado.
Essa
situação cremos que é devido ao conceito errado de psicologia. Com medos
infundados de traumatizar os filhos, os pais acabam sendo permissivos, deixando
de educá-los, perdendo a autoridade e deixando de cumprir o papel de
educadores, passando a ser vítimas das crianças que tudo o que querem.
Senhores
pais, reflitam, ficar zangado, dizer não e dar limites, dizendo sim sempre que
possível e não sempre que necessário não traumatiza ninguém!
É
fundamental que os pais demonstrem visivelmente este amor que sentem pelos
filhos, sendo carinhosos e elogiando as atitudes corretas e o bom comportamento.
É
lamentável que muitos pais se sintam incapacitados de organizar a vida dos
filhos pequenos, achando que não pode contrariá-los. Estar atentos aos filhos
não quer dizer chegar em casa e ficar todo tempo com eles. Mas fazer as tarefas
de casa juntos, ir conversando enquanto esquenta o jantar, ouvir o que eles têm
para dizer e contar como foi o seu dia, usas preocupações. Ensinar noção de
justiça e de igualdade também é fundamental no processo de educação.
Eis
uma verdade: a criança que não aprende ouvir o não também não saberá dizer não
quando for testada pela sociedade, ou quando for chamada para usar drogas.
Um
dos grandes inimigos dos pais é a televisão que o tempo todo difunde noções de
consumismo, programas cheio de futilidades e incentivando a sexualidade
precoce. Tudo que contraria os bons costumes familiares enche a telinha sem
qualquer questionamento. Os pais têm que criar o hábito de ver tevê junto com
os filhos, fazendo leves comentários sobre o que consideram correto ou não.
Eles não podem ficar à mercê da televisão.
Se
os pais derem tudo quer os filhos querem, não aprenderão a lidar com
frustrações. Isso abre caminho para as drogas, violência que gera adrenalina,
emoções em busca de satisfação.
Sobre
a angústia de dizer sim e quando dize não, pense em quais valores vocês pais
pretendem que eles desenvolvam. É uma missão árdua que compete aos pais. Têm
que ser firmes em suas decisões para que a sociedade tenha seres humanos
cônscios de suas responsabilidades e tenhamos um mundo melhor.
“A autoridade dos pais
tem que ser resgatada e valorizada para os limites dos filhos. Os pais têm que
assumir a responsabilidade que cabe a eles na educação e formação dos filhos.
Os pais não podem ser apenas agentes financiadores, mantenedores, como se vê
nos dias atuais”, depoimento de Maria José Camelo, integrante do grupo Amor
Exigente de Recife, em entrevista na Folha de Londrina (20/07/03).
Segundo a educadora
Tânia Zagury os pais têm que impor estes limites:
# Ensinar que os
direitos são iguais para todos.
# Ensinar que existem
outras pessoas no mundo
# Fazer com que a
criança compreenda que os seus direitos acabam
onde começam o direito dos
outros.
# Dizer sim sempre que
possível e não sempre que necessário.
# Só dizer não aos
filhos quando tiver uma razão concreta.
# Mostra que muitas
coisas podem ser feitas outras não.