Por Ethan Siegel
Publicado na Forbes
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Até
mesmo o cientista mais bem instruído, trabalhando dentro dos quadros
das teorias mais robustamente testadas e verificadas, nunca pode ter
certeza de que o próximo experimento ou medição continuará fornecendo os
resultados que esperamos. No mês passado, quando a colaboração LIGO anunciou a detecção direta de ondas gravitacionais,
pela primeira vez, confirmou um novo aspecto da relatividade geral de
Einstein: um que tinha sido previsto e cujas consequências tinham sido
vistas indiretamente – através do decaimento das órbitas das estrelas de
nêutrons – mas que não podíamos ter certeza até que fosse validado
diretamente. Mas ao escrever no Wall Street Journal,
Matt Emerson faz a afirmação errônea de que a ciência é baseada em fé,
também. Aqui está o ponto crucial de seu argumento, seguido do porquê
ele se desmorona.
Ele cita o físico Carlo Rovelli, que escreveu que a descoberta das ondas gravitacionais foi a realização de um “sonho baseado em fé na razão” e que “as deduções lógicas de Einstein e sua matemática eram confiáveis”. Ele cita Paul Davies, que escreveu, “só porque o Sol nasceu todos os dias em sua vida, não há nenhuma garantia de que, portanto, nascerá amanhã. A crença de que nascerá – que existem de fato regularidades confiáveis na natureza – é um ato de fé, mas que é indispensável para o progresso da ciência”. E então, baseado no uso da palavra “fé” nessas duas frases, ele faz o seguinte salto:
“Reconhecer
a existência desse tipo de fé é um passo importante na redução do fosso
artificial entre ciência e religião, uma divisão que é adquirida em
escolas, meios de comunicação e na cultura. Muitas vezes as pessoas
assumem que a ciência é reino da certeza e da verificabilidade,
enquanto a religião é o lugar da crença irracional. […] A escolha
fundamental não é se os seres humanos terão fé, mas quais serão os
objetos de sua fé, e quão longe e em que dimensões estenderá essa fé.”