Erick Gimenes
De acordo com a avó, Rosa Silveira, a neta brincava sozinha no quintal, quando sofreu o acidente. O buraco havia sido escavado pelo avô, que fazia obras na casa. "Escutei aquele choro longe, sufocado, aí que me veio na cabeça do buraco. Falei "Meu Deus do céu", ela caiu dentro do buraco. Quando eu olhei, ela já tava encaixadinha lá dentro", relembra.
Para resgatá-la, os bombeiros tiveram de fazer outro buraco, ao lado do já existente. "Eu não conseguia visualizar ela [a criança]. Por isso, tivemos que cavar outro buraco, ao lado. Havia um metro e meio abaixo dela, para onde ela poderia afundar. O resgate foi complicado, as consequências poderiam ser bem piores. Só tive certeza que estava tudo bem quando vi ela lá fora, no quintal", relata o soldado Thierry Gomes de Oliveira, responsável por puxar a menina pelos braços e tirá-la do buraco.
Além do equipamento padrão, moradores locais e outros bombeiros seguraram Oliveira pelas pernas, nas duas vezes em que ele desceu, de cabeça para baixo, para puxar a vítima. Resgatada, a menina foi encaminhada para o hospital, mas logo foi liberada.
"Nós fazemos vários treinamentos exaustivos, em áreas confinadas, mas no momento [do resgate] é bem diferente. Foi especial, marcante para mim. Viver uma situação dessas é o sonho de qualquer bombeiro. Quando cheguei em casa, percebi que fiz a diferença para uma vida. É por isso que a gente luta todo dia".
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