A quatro dias do Natal, o Papa Francisco pediu às autoridades políticas e aos serviços sociais do mundo inteiro para “fazer todos os possíveis para que todas as famílias possam ter um alojamento”.
Falando de uma janela do palácio pontifício a dezenas de milhares de fiéis que ali se juntaram para o Angelus na Praça de São Pedro, o Papa argentino acabou por improvisar, deixando de lado o texto que tinha à sua frente. “Vejo lá em baixo, escrito em letras gordas [numa grande bandeira]: Os pobres não podem esperar! É muito bonito”, disse, recebendo um forte aplauso.
"Isto faz-me pensar que Jesus nasceu num estábulo, e não numa casa. Depois teve que fugir, ir para o Egipto para salvar a sua vida. E por fim, ele voltou a Nazaré”, disse o Papa, que antes já tinha lançado um longo elogio a José, o marido da Virgem Maria, que teve a grande coragem de aceitar o seu destino e depositou a sua confiança em Deus.
“Há tantas famílias sem casa, seja porque nunca a tiveram ou porque a perderam por um sem número de motivos diversos. Família e casa são indissociáveis. É muito difícil conduzir uma família sem antes existir uma casa”, denunciou o pontífice, sempre muito atento às questões sociais desde que sucedeu a Bento XVI.
Por isso, convidou “todas as pessoas, os serviços sociais, as autoridades, a fazerem tudo o que for possível para que todas as famílias possam ter uma casa”
O Papa também tinha uma palavra para as dezenas de manifestantes que se juntaram na Praça de São Pedro para protestar contra as políticas de austeridade, pedindo-lhes para recusar o confronto. Um dispositivo da polícia italiana estava montado junto ao Vaticano, como medida de precaução.
“Àqueles que em Itália se juntaram hoje para manifestar o seu empenho social, eu desejo que dêem uma contribuição positiva, rejeitando as tentações de confronto e violência, servindo-se sempre da via do diálogo e defendendo os direitos das pessoas”, disse Francisco.
Estes manifestantes, conhecidos como os “forconi”, um movimento que junta comerciantes, artistas, agricultores, trabalhadores precários e estudantes, organizaram outros protestos em Roma ao longo da semana que passou, mas não conseguiram mobilizar tantas pessoas como anteciparam.
No final da sua breve aparição, o Papa Francisco desejou a todos “um Natal de esperança, justiça e fraternidade”.
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