China, Vietnã, Filipinas, Malásia, Taiwan e Brunei reclamam territórios no local que é uma importante via marítima internacional e pode conter petróleo e gás.
O arquipélago Spratly é um dos alvos da disputa territorial (Vietnã News Agency/AFP)
"Há um crescente risco de que os incidentes marítimos envolvendo a China desencadeiem uma guerra na Ásia, o que poderia envolver também os Estados Unidos e outras potências. O alerta foi dado nesta terça-feira pelo Instituto Lowy, uma instituição australiana de pesquisa na área de políticas internacionais. O Mar Meridional da China está hoje no centro de uma acirrada disputa entre China, Vietnã, Filipinas, Malásia, Taiwan e Brunei, que querem tomar o território por ser importante via marítima internacional e possível reserva de petróleo e gás.
Segundo o relatório, o comportamento de risco dos militares chineses nos mares Meridional e do Leste do país, junto à demanda por recursos e sua maior assertividade no cenário global, elevam as chances de um conflito armado. "As linhas marítimas do Indo-Pacífico na Ásia estão ficando mais lotadas, disputadas e vulneráveis a tensões armadas. Forças navais e aéreas estão sendo fortalecidas em meio a uma mudança nos equilíbrios do peso econômico estratégico mundial", escreveram Rory Medcalf e Raoul Heinrichs, autores do estudo.
"Os atritos entre China e Estados Unidos, Japão e Índia devem persistir e se intensificar. Conforme crescem o número e o ritmo dos incidentes, cresce também a probabilidade de que um episódio chegue a um confronto armado, a uma crise diplomática ou possivelmente até a uma guerra", enfatiza o texto.
Força militar - A divulgação do levantamento coincide com o lançamento do primeiro porta-aviões chinês, que deve ocorrer nesta semana. A atitude seria um símbolo da atual expansão militar de Pequim. Neste mês, o país enviou seu maior navio civil de patrulha ao Mar Meridional da China, o que preocupou as Filipinas, que disputam com os chineses uma zona marítima possivelmente rica em gás e petróleo.
Na segunda-feira, o Senado americano aprovou uma moção que deplora o uso da força contra navios filipinos e vietnamitas naquelas águas. Um porta-voz da chancelaria chinesa reagiu dizendo que a resolução "não para em pé", e que países que não estejam diretamente envolvidos na disputa não deveriam interferir.
Mais tensão - O relatório australiano detalha também tensões entre China e Japão, decorrentes de um exercício militar chinês em abril de 2010 perto das ilhas japonesas de Okinawa. A situação ficou ainda mais complicada com a detenção de um pescador chinês cujo barco bateu contra uma embarcação da Guarda Costeira japonesa.
Esses incidentes causaram uma crise diplomática durante a qual a China interrompeu suas exportações de terras-raras, um mineral raro, para o Japão, maior aliado dos EUA na região.
(Com agência Reuters)
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