André Cáceres
Do UOL, em São Paulo
No
ramo da música há quase sete décadas, Jewel Brown já trabalhou com
músicos da estirpe de Louis Armstrong e vem ao Brasil pela segunda vez
para “mostrar o verdadeiro sentimento de Nova Orleans”. “Alguns dizem
que eu sou uma cantora de jazz blueseira, outros que sou uma cantora de
blues jazzista. Eu não importo com isso, apenas me importo em fazer o
que sei e cantar o que as pessoas querem ouvir”, disse a cantora ao UOL.
Ela
revelou qual é essa vibe que ela traz em sua turnê mundial. “O
verdadeiro sentimento de Nova Orleans é…”, fez uma longa pausa e
arrematou: “aproveitar! Ter bons momentos, deixar levar, se sentir
livre”.
Jewel contou também como foi entrar no mercado fonográfico
ainda na infância e se tornar profissional tão cedo. “Eles não
precisavam acreditar em mim. O importante era o que eles ouviam. E o que
eles não conseguiam acreditar era o que eles ouviam de uma menina de 9
anos”, lembra a diva.
“Não acho que o jazz vai morrer algum dia”,
afirma. “É uma questão de gosto e do que os pais têm ensinado os filhos a
ouvir. Acho honestamente que a boa música é aproveitada e apreciada em
qualquer parte do planeta”, completou Brown.
“Acredito que nossa
juventude, de alguma forma, se desrespeitou tanto que nossa música
acabou se depreciando”, analisou a musa do jazz. “Estou nesse meio há 68
anos e esse é o momento mais estranho para a música que eu já
testemunhei. Mas eu me mantenho fiel ao que eu aprecio, e vou ao
encontro das pessoas que me apreciam”, concluiu.
Jewel falou sobre
a relevância de Tom Jobim, que completa 20 anos de morte no próximo dia
8, no cenário musical da época. “Se ele teve influência sobre o jazz
americano? Você pode apostar que teve! Acabei de voltar do Japão e as
pessoas adoram ele por lá. Em qualquer lugar do mundo que eu vá, ouve-se
a música de Tom Jobim. Na América, em toda a Europa, no Oriente e até
na Rússia”, conta Brown, acrescentando que ama a música brasileira.
Antes
de se despedir, ela encerrou a entrevista falando sobre suas próprias
motivações. “Quando você está no palco, você deve entreter. É para isso
que eu estou lá. Para entreter as pessoas. Esse é meu objetivo
primário”.
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