O papa Francisco e o
patriarca Bartolomeu,
líder da Igreja Ortodoxa, firmaram uma declaração conjunta que confirma a
intenção dos dois de caminhar rumo à reunificação das duas instituições,
separadas há mil anos.
A declaração foi dada
durante o último dia da visita do pontífice à Turquia. Em Istambul, Francisco
participou da festividade de Santo André, patrono dos ortodoxos e que
personifica o vínculo com a igreja de Roma, pois era irmão de São Pedro,
considerado o primeiro papa.
O papa assegurou que a
Igreja Católica "não pretende impor nenhuma exigência, exceto a profissão
de fé comum" e que os ritos e tradições dos ortodoxos seriam mantidos.
"Não se trata de submissão nem de absorção, mas sim da aceitação de todos
os dons que Deus tem dado a cada um".
O princípio do respeito
mútuo também foi destacado por Bartolomeu, que desejou prosseguir com o diálogo
"para retirar os obstáculos acumulados durante um milênio."
O porta-voz do Vaticano,
Federico Lombardi, explicou no sábado que a questão da soberania do papado não
seria abordada neste encontro e que o tema será analisado por uma comissão
teológica formada pelas duas igrejas.
A ideia de subordinação
ao papa é questionada pelos ortodoxos e foi o principal motivo da separação,
ocorrida em 1054. A igreja Ortodoxa, cuja sede fica em Istambul, tem hoje cerca
de 300 milhões de fiéis, contra 1 bilhão de católicos.
ORIENTE MÉDIO
Os dois líderes pediram
que a comunidade internacional dê uma resposta apropriada aos ataques contra
cristãos no Oriente Médio.
"Não podemos nos
resignar a um Oriente Médio sem cristãos, que professam o nome de Jesus ali
durante dois mil anos. Muitos de nossos irmãos e irmãs estão sendo perseguidos
e expulsos com violência de onde vivem. Parece que se perdeu o valor da vida
humana", diz a declaração conjunta.
O papa também condenou o
ataque a uma mesquita na Nigéria, realizado na sexta e que deixou mais de cem
mortos. Ele qualificou o ato como "um pecado extremamente grave contra
Deus."
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