O diário de Lena é um testemunho comovente e, ao mesmo tempo, extremamente preciso da tragédia vivida pela população sitiada, sobretudo no inverno de 1941-1942. Iniciado em maio de 1941, um mês antes da invasão nazista, o diário mistura relatos da rotina da adolescente – o dia a dia normal, sua vida escolar, as relações familiares, os amores e amizades – e as mudanças trazidas pela guerra – a luta pela sobrevivência, o racionamento de comida, o medo e a morte de seus entes queridos.
Lena vivia em Leningrado com a mãe, Maria Nikolaievna. Com sua morte, a menina passou a morar com sua tia Elena. Depois que a velha babá da família, Aka, e Elena faleceram, Lena se viu completamente só na cidade sitiada. As pesquisas feitas pelo historiador Sergei Yarov, que descobriu o manuscrito, demonstraram que a jovem foi transferida no início de junho de 1942 para a cidade de Gorki, onde tinha uma parente distante ainda viva.
São raros os relatos que ajudam o leitor a compreender uma situação em que os limites da humanidade foram levados ao extremo, como um cerco, no qual as pessoas convivem com a fome, a doença e a guerra. No entanto, a simplicidade e o poder de observação de Lena Mukhina surpreendem, ao revelar detalhes de circunstâncias tão difíceis de serem descritas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário