Professor do curso de Engenharia Civil da Furb e diretor de
Publicações da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH),
SC, Adilson Pinheiro reforça que mesmo a região estando localizada na mais
extensa Bacia Hidrográfica do Estado nem todas as cidades se abastecem
do rio Itajaí-Açu:
— Temos pico de crise instalada nas cidades do litoral, que se
utilizam de um volume baixo de abastecimento. Presidente Getúlio se
abastece de outro rio, por exemplo. Neste local a quantidade de água
também pode ser menor que o consumo em algum momento.
Mas quem pensa que a região que sofre com cheias está livre da
escassez se engana. O presidente do Samae Blumenau, Valdair José Matias,
reforça que quando há grande volume de chuva, as cidades que se
abastecem do Itajaí-Açu têm a oferta prejudicada:
— Principalmente no Alto Vale, que é região agrícola. Quando chove
torrencialmente a chuva arrasta lodo, lama e aumenta a turbidez do rio.
Para tratar é preciso reduzir o abastecimento de 100% para 50% e em
algumas regiões ficam sem água.
Para o especialista, o uso consciente e principalmente o planejamento
para se adaptar às mudanças climáticas é o ponto de partida para evitar
uma possível crise na região:
— É preciso planejamento e estou falando a longo prazo, algo de 10 e
15 anos. A responsabilidade não é apenas do governo, toda a sociedade
precisa pensar e refletir sobre o assunto.
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