terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

ESTÃO ARRASANDO AS MATAS DAS MARGENS DO IGAPÓ... ELAS ESTÃO DESTRUINDO TUDO!







Londrinenses declaram guerra contra as formigas cortadeiras
Neste domingo, voluntários do projeto Viva Londrina vão 
ensinar táticas para moradores combaterem o descontrole
em formigueiros nas áreas verdes...




Formigueiro na Rua Joaquim de Matos Barreto, área do Lago Igapó 2: com os dias contados (Crédito: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina)
Sem resistência, as formigas cortadeiras saúvas dominam as principais áreas verdes de Londrina e continuam a destruir solo, grama, flores e árvores no caminho onde instalam gigantescos formigueiros sob nossos pés.
Foi observando as cortadeiras arrasarem trechos inteiros no gramado do Lago Igapó onde costuma correr que o engenheiro agrônomo Pedro Francio Filho, especialista em florestas plantadas, decidiu que o problema merecia um basta – ou ao menos uma abordagem proporcional aos danos que as cortadeiras causam.
Nas áreas verdes do Igapó 1, por exemplo, os formigueiros cresceram tanto e tão descontrolados que chegam a espalhar terra na pista da rua Júlio Estrela Moreira, que margeia o local.
Neste domingo (24), junto com voluntários da Universidade Estadual de Londrina (UEL), o engenheiro convoca um batalhão de londrinenses dispostos a combater as cortadeiras com informação, técnica e orientação por quem sabe do assunto. A concentração acontece a partir das 9 horas, entre o Lago Igapó 2 e o Aterro do Igapó.
A ação envolve também a Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) e empresas que patrocinam folders, estrutura e doação das iscas profissionais usadas na atividade prática.
Na atividade coletiva, quem comparecer pode aprender tudo o que é básico para começar o controle do problema em alguma área verde ou no quintal de casa: “É relativamente simples. Orientaremos qual a isca formicida adequada – as amadoras não funcionam – a dosagem, a forma de aplicar e os tipos de formigas existentes. São informações e conhecimentos muito úteis para a comunidade lidar com um problema tão sério fazendo algo de efetivo”.
As iscas certas são vendidas em casas agropecuárias e custam entre R$ 9 e R$ 15 por quilo. Embora tóxicas, podem ser manuseadas com luvas simples e cuidados pontuais.
“Londrina está em uma situação caótica. Quatro anos atrás, eu dirigia perto do Lago e passei por um pé de jaboticaba lindo. Horas depois, quando voltei pelo mesmo caminho, a árvore estava arrasada”, lamenta. Segundo Francio, três ou quatro ataques severos de formigas famintas podem matar uma árvore sadia. “Sem folhas para fazer a fotossíntese, a raiz enfraquece e fica completamente fragilizada”, explica. “Em Londrina está impossível ver flores em canteiros e áreas verdes. Elas atacam e acabam com tudo”.
O engenheiro detalha que os formigueiros mais antigos de Londrina datam de 15 anos. Os maiores podem abrigar entre 3 milhões e 5 milhões de indivíduos. “O que olhamos na superfície é apenas uma pequena parte, a lixeira, por onde jogam os resíduos e a terra para fora”, diz. “Um formigueiro pode ser formado por muitas câmaras. A rainha, por exemplo, chega a viver até 23 anos”.
Veja neste vídeo incrível como pesquisadores descobriram o tamanho de um formigueiro real escavando os espaços abertos por elas, preenchidos por cimento.
Serviço:
Projeto Viva Londrina, contra as formigas, com orientação para população e ação prática de combate. Domingo, 24, a partir das 9h, no aterro do Lago Igapó próximo à rotatória da Avenida Ayrton Senna.
Curiosidades e formigas
Estratégia - A rainha das cortadeiras mantém a ordem no formigueiro: produz, em sua maioria, operárias estéreis com forma de controle da população 

Tamanho – Em 6 meses, um formigueiro chega a dois metros de profundidade. Com três anos, completa o ciclo biológico da primeira revoada e, a partir de então, todos os anos o formigueiro produzirá formas aladas (içás-fêmeas e bitus-machos) em revoadas de setembro a novembro, ávidas por buscar novas colônias.

Trabalho - No ataque a uma árvore, por exemplo, as tarefas são divididas: as que se espalham nos galhos derrubam as folhas e as quer ficam no solo picotam o material e carregam para dentro do formigueiro para desenvolvimento do fungo do qual se alimentam. 

Danos e prejuízos - Levantamentos de pesquisadores apontam que o desfolhamento causado por formigas reduz a produção de cultivos florestais em um terço, podendo chegar a uma perda total de até 13% das colheitas. 

Alimentação - São necessários 86 eucaliptos e 161 pinus para alimentar um único sauveiro durante um ano. Em lavouras comerciais, as saúvas mata-pasto podem destruir mais de 3 t de cana por hectare por formigueiro.

Espécies - As saúvas (Atta sp), tem 10 espécies e três subespécies. Ocorrem em todo o território brasileiro. As mais agressivas que devem ser controladas são: Atta laevignata (saúva cabeça de vidro) e Atta sexdens rubropilosa (saúva limão).





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