Talvez você já tenha ouvido uma lenda semelhante, mostrando que os pássaros são às vezes mais sensíveis e racionais que os humanos. Esta lenda me foi contada e disse que aconteceu perto do lugar que vivi muito tempo, Centenário do Sul. Conta o senhor João, cidadão idoso, que perto dali , pegou fogo numa casa de um sítio que era rodeado de árvores. As labaredas de fogo cresciam e se espalhavam consumindo tudo. Foi chamado o corpo de bombeiros que rapidamente chegaram ali para controlar e apagar o incêndio. Enquanto os bombeiros caminhavam e outras pessoas também ajudando a diminuir o fogo, a paisagem estava enegrecida, entre colunas de fumaça ainda surgindo da vegetação queimada, algo volumoso no caminho chamou a atenção de um deles. Ao se aproximar, o bombeiro notou que eram os restos carbonizados de um grande pássaro.
Como os pássaros podem facilmente voar para longe das chamas, o bombeiro, ficou se perguntando o que havia de errado com aquela ave que não conseguira escapar do incêndio. Será que ela estava doente ou ferida? Chutou a carcaça do pássaro para fora do caminho com a bota. Ao fazer isso, ficou surpreso de ver um movimento de penas ao redor de seu pé. Quatro filhotes se agitavam em meio à poeira e à cinza e em seguida saíram correndo pela encosta da colina. O corpo da mãe os protegera das chamas. Ainda que o calor tenha acabado por consumi-la, esse gesto permitiu que a ave salvasse os filhotinhos. Diante do perigo das chamas que se aproximava, ela ficou com a sua prole. Essa era a única chance que eles tinham de sobreviver, portanto, disposta a arriscar a própria vida, a mãe os cobrira com seu corpo. Ela poderia muito bem ter voado para longe e começar outra família mais tarde. Por que ficou em meio à fúria do fogo?
Seu corpo morto e seus filhotes ilesos ilustram muito bem a história: a ave se submeteu ao maior dos sacrifícios para salvar sua prole.
Foi isso que o Criador do Céu e da Terra fez para proteger da destruição seus filhos desgarrados.
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