Peritos Questionam A Veracidade Das Informações De Petistas Sobre Os Tiros Contra Dois Ônibus Da Caravana De Lula No Paraná
Da Redação
30/03/2018
Autoridades federais e especialistas em balística passaram a desconfiar da versão de
dirigentes petistas sobre os quatro tiros que teriam atingido dois dos três ônibus da
caravana de Lula numa estrada entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no
Paraná, na terça 27. Isso porque, pelas marcas deixadas pelas perfurações, os
disparos foram feitos à curta distância e com o veículo parado. Os petistas
haviam dito que os ônibus estavam em movimento, a 55 quilômetros
por hora. Peritos dizem que se os veículos estivessem em movimento,
os furos das balas deixariam um aspecto de rasgo na lataria, enquanto
que nos ônibus da caravana petista os supostos tiros deixaram marcas
no exato diâmetro de uma bala, redondinhas, comprovando que os
disparos foram feitos quando os veículos estavam parados e quase que
à “queima roupa”. Quando os tiros são disparados de longe, o buraco
fica mais largo. A perita criminal Rosângela Monteiro, do Instituto
de Criminalística de São Paulo, explica, inclusive, que somente
a conclusão da perícia, que ainda levará alguns dias, poderá
dizer se os buracos foram feitos com arma de fogo ou não.
A veracidade das informações é questionada não apenas por peritos, mas também
por opositores dos petistas. O deputado federal Jair Bolsonaro, candidato a presidente
da República, que esteve no Paraná logo após o incidente, foi um dos primeiros a
levantar a hipótese de que os tiros foram dados pelos próprios integrantes da equipe
petista. “É tudo mentira. Está na cara que alguém deles deu os tiros. A perícia deverá
apontar a verdade”.
O primeiro a lançar desconfiança foi o perito Peter Leal. Com formação em
gestão em segurança pública, ele comparou as fotos dos tiros no ônibus com
imagens na internet semelhantes ao suposto atentado sofrido pela caravana
petista. Peter observou que em imagens de carros em movimento, a lataria
foi rasgada pelas balas. “Se me fosse apresentada uma lataria com perfuração
semelhante à dos ônibus da caravana de Lula, eu diria que o atirador estaria
perto do veículo e com os ônibus parados”, analisou. De qualquer forma, a
Polícia Civil do Paraná investiga o caso. Como (quase) tudo o que envolve
o PT e congêneres, é bom sempre desconfiar da primeira impressão.
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