terça-feira, 31 de março de 2020

QUEM COMENTA OS ERROS ALHEIOS QUER OS SEUS OCULTAR?




 

 Nem sempre, porém por que lemos ou escutamos tantos erros de língua portuguesa? 

Há pouco tempo ouvi na Rádio Igapó de Londrina..."reformaram os "corrimões"(corrimãos) de tal lugar...

Um Jornal local da Zona Sul... "Paralização"(Paralisação) das obras prejudica o trânsito...

Os "artesões "(artesãos) estão reunidos no calçadão de Londrina...

Por que revistas, jornais e sites têm tantos erros de Português?


Na seção FOI MAL de julho de 2014, o contexto exigia que a palavra “censores” fosse escrita com “s”. Considerando que a publicação de uma revista de grande porte como a Super tem uma equipe especializada para detecção e correção de desvios da norma culta, sem contar com o aparato tecnológico de editores de texto, por que esses erros são recorrentes?

Relton Dias do Val, Balsas, MA 


Relton, quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra, diria nossa querida Pitty. Vida de jornalista é dura e, às vezes, essas pessoas erram. Todos os textos são revisados diversas vezes, mas, por motivos diversos, lapsos acontecem.
A atenção é influenciada por estresse, cansaço e excesso de coisas pra fazer. E esse é o caso do dia a dia dos jornalistas. “Caso haja a pressão de se entregar um texto, mesmo um editor experiente poderia deixar passar erros de português por estar estressado pelo pouco prazo de que dispõe, o que destrói sua capacidade crítica”, explica Tadeu Souza, professor da pós-graduação do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Isso porque nossa capacidade de manter o foco depende de dois fatores: motivação interna, quando voluntariamente direcionamos nossa atenção para o que precisamos fazer naquele momento, e estímulos externos, que insistem em nos atrapalhar.
No cotidiano da redação, os estímulos externos são abundantes. Tem sempre um telefone que toca, um colega ao lado que pergunta algo, o chefe que chama pra uma reunião enquanto você está concentrado escrevendo. Isso basta para perder o fio da meada e errar a grafia de uma palavra. Esse erro pode ser até mais frequente, porque, no caso lembrado por você, tanto a palavra “sensores” quanto “censores” existem. E é bem mais comum cometer a confusão.
Na Editora Abril, que publica a Super, existe um comitê, de fora da redação, que faz avaliações periódicas sobre normas de grafia e padronizações de textos. Eles enviam um relatório de erros, apontando evolução ou retrocesso em determinado tópico. É uma medida criada para minimizar esses erros, já que todo mundo sabe o quanto eles irritam – não só os leitores, com razão, como os jornalistas, que ficam chateados quando percebem uma burrada sua no papel. Isso se agrava no jornalismo impresso, em que o erro não pode ser corrigido. Diferente da internet, em que eu poço escreve asim e depois vim aqui corrige. (não que a sensação de culpa seja menor, mas pelo menos há uma forma de atenuar a falta de atenção).
Erros assim existem desde sempre, em todas as mídias, inclusive em trabalhos acadêmicos e livros de ficção e não-ficção. Na imprensa, eles aparecem mais, já que são textos que atingem mais gente e normalmente repercutem mais. Todos procuram errar o mínimo possível. Especialmente porque essas agressões à norma culta ferem e podem abalar aquilo que vale na relação entre editores e leitores: a confiança na informação dada. Sem ela, a imprensa não vive.

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