terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

O NÚMERO DE PESSOAS QUE COMEM DEMAIS MORREM MAIS DO QUE OS QUE MORREM DE FOME!!

 





Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde aponta que 52,5% dos brasileiros estão acima do peso. Isso representa aumento de 23% nos últimos nove anos. Em relação aos obesos, os números indicam estabilidade, mas o índice ainda é considerado alto, atingindo 17,9% da população.
O Brasil está em quinto lugar na lista dos 10 países mais obesos do mundo. O Brasil tem 22 milhões de pessoas obesas ou 16,2% da população adulta. No mundo o número de pessoas com sobrepeso e obesidade aumentou vertiginosamente nos últimos 30 anos, passando de 857 milhões em 1980 para mais de 2 bilhões em 2013. É quase 1/3 da população mundial. Só em 2010, entre 3 milhões e 4 milhões de pessoas morreram devido a complicações causadas pela obesidade. E, apesar de os Estados Unidos serem mostrados como o “porta-estandarte” das pessoas obesas, vários outros países estão na lista dos mais gordos do mundo, de acordo com estudo publicado na revista científica Lancet, que pesquisou a obesidade em 188 países.
 Um mutirão promovido com crianças e adolescentes em outubro de 2014, na capital paulista, apontou que quase um terço delas estava acima do peso ideal. A realidade é que, atualmente, temos duas vezes e meia mais pessoas com sobrepeso e obesidade no planeta do que de desnutridos. E mais gente morre por comer muito do que por passar fome. Com cada vez mais pessoas sedentárias, por causa do trabalho e acesso mais facilitado a produtos com gordura saturada e muito calóricos, além de bebidas gasosas, a epidemia da obesidade já é considerada um problema de saúde pública que só tende a piorar.
O Programa Meu Prato saudável foi criado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em 2012, com o objetivo de conscientizar governo e população de que são necessárias e urgentes a adoção de medidas sérias para mudar nosso estilo de vida, principalmente para evitar as doenças decorrentes do aumento de peso, como a diabetes tipo 2, a hipertensão e as doenças cardiovasculares. O programa criou uma metodologia para facilitar o entendimento da população sobre a pirâmide alimentar, que, não importa o grau de escolaridade da pessoa, é de difícil compreensão. Entendemos que a melhor forma é orientar a população sobre o quê e quanto colocar no prato, seja no café da manhã, no almoço, no jantar ou nos lanches intermediários.
Acreditamos que somente a implantação de políticas de prevenção mais efetivas no combate ao sobrepeso e obesidade poderá auxiliar no enfrentamento deste sério problema de saúde pública que somente tem se agravado em todo o país ao longo dos últimos anos.

A autora é médica, coordenadora do Programa Meu Prato Saudável

Elisabete F. Almeida

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