Ser feliz ou ter razão?
Ela saiu da sala. Ele ficou falando sozinho. Foi assim, depois de uma hora de discussão com sua companheira e uma confusa sensação de vitória vazia, que o poeta maranhense Ferreira Gullar concluiu: “não quero ter razão, quero ser feliz”. Essa brilhante frase do nosso escritor é conhecida internacionalmente e traz uma reflexão importante à tona: é melhor discutir para provar que estamos certos ou simplesmente relevar e ficar em paz?
No trabalho, em casa, ou num mero bate-papo de boteco estamos continuamente expostos a situações que podem nos levar a longas discussões. De religião, futebol e política, a decisões concretas do cotidiano da empresa, a chance de uma conversa se transformar em uma batalha é grande quando os envolvidos decidem provar que estão corretos diante de opiniões divergentes. Viver com essa postura é como estar em um ringue, o que certamente prejudica o desempenho no trabalho, o convívio entre amigos e afugenta a paz de espírito. Minha sugestão? Escolha ser feliz.
Escolher ser feliz pode ser a verdadeira solução de qualquer discussão. (Imagem: FreePik.com)
Não exagere na autovalorização
Quando o mundo vive dizendo que precisamos nos valorizar, parece contraditório falar o oposto. Sem dúvida, cada um de nós tem importância, mas, superestimar o valor próprio é tão ruim quanto ter baixa autoestima. Precisamos buscar o equilíbrio em tudo, inclusive na maneira como percebemos a nós mesmos. Quando existe um excesso de autoadmiração, há também um espaço amplo para que o egocentrismo e a arrogância se instalem. E quem gosta de conviver com o dono da verdade, não é?
Não se pode ter tudo
É importante entender que nem sempre nossas vontades precisam ser realizadas. Tentar impor o interesse próprio a todo o momento, é viver discutindo pela razão. E, se a gente parar para pensar, é muito difícil sair de uma discussão com todas as vitórias: vontade feita, razão e felicidade.
Selecione as batalhas
Precisamos dar às coisas somente a importância que elas realmente têm. Se apegar a qualquer pequeno evento para discutir é muito destrutivo: prejudica as amizades, as parcerias, a produtividade e a nossa própria serenidade. Antes de entrar na briga, pergunte a si mesmo: vale a pena? Se é indispensável para a sua felicidade que essa batalha exista, aí sim, vale: siga em frente! Mas, se não for, repense.
Se a batalha for necessária, seja gentil
Quando argumentar deixa de ser uma opção, seja cauteloso: mostre seu ponto de vista com respeito ao próximo e ouça o que o outro tem a dizer. Gentileza gera gentileza - e como diria o ditado: "mais amor, por favor". Não importa quem você é e com quem você está falando: somos todos seres humanos e empatia é fundamental. Sem contar que a exposição de um ponto de vista não precisa ser no grito, muito menos com hostilidade ou ofensas.
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