Olimpíadas: conheça medalhista de ouro
do Brasil da Olimpíada Internacional de
Matemática 2024
Estudante revela que, quando não estava em sala de aula, estudava matemática
Em 05/08/2024 18h18 , atualizado em 05/08/2024 18h32
Por Silvia Tancredi
Aluno conta que se esforçou ao máximo nos estudos para a IMO 2024 [1]
Em temporada de Olimpíadas de Paris 2024, o Brasil tem mais um campeão, desta vez, de Olimpíadas Científicas. O estudante Felipe Makoto é medalhista de ouro do Brasil da 65ª Olimpíada Internacional de Matemática (IMO).
O Brasil ganhou ainda três medalhas de prata e duas de bronze, ficando na 20ª posição do ranking geral da IMO 2024. Colega de escola de Makoto, Marco Aurelio Nogueira recebeu uma medalha de prata.
Considerada a maior olimpíada de matemática do mundo, a IMO 2024 foi realizada entre os dias 11 e 22 de julho, na cidade de Bath (Reino Unido). A competição teve a participação de mais de 600 estudantes de 108 países.
Felipe Makoto ficou muito feliz de ter ganhado a medalha e ressalta que todos da sua família comemoraram juntos, já que foi um esforço conjunto e todos ao redor dele se dedicaram para que esse sonho fosse possível.
"Ser medalhista de ouro da IMO 2024 é uma sensação indescritível, um sonho realizado e uma felicidade imensa. É uma fonte de muito orgulho poder representar o Brasil, fazendo algo que amo, e alcançar o topo"
Felipe Makoto
Trajetória nas olimpíadas
O estudante Felipe já participa de olimpíadas científicas há mais de seis anos. Entre as competições, ele destaca as medalhas de prata e bronze da Olimpíada de Matemática Rioplatense (OMR), em 2022 e 2018, respectivamente; quatro medalhas de ouro e duas de prata na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM); ouro na Olimpíada de Maio, em 2020; uma prata na Olimpíada Iberoamericana de Matemática (OIM), em 2023; e um bronze na Olimpíada de Matemática do Pacífico Asiático (APMO), em 2022.
Essa não foi a primeira participação de Felipe Makoto Shimamura Silva na IMO, pois o jovem competiu no torneio em 2023, tendo recebido uma medalha de bronze.
O aluno ressalta que a medalha de ouro na IMO é um sonho realizado. Segundo ele conta, mesmo com todos os obstáculos, ele chegou ao topo do que se dispôs a fazer, e ganhou motivação para continuar estudando.
"A medalha de ouro da IMO também significa que estou no caminho certo para o que ainda está por vir em minha vida. Saber que os meus esforços, de minha família e de todas as pessoas que me ajudaram nessa jornada foram recompensados é fonte de muita alegria"
Marco Aurelio Nogueira D'Emídio, colega de escola de Felipe. também obteve conquistas expressivas em olimpíadas científicas. Entre elas estão duas medalhas de ouro na OBM, um ouro e um bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e uma prata na Competição Jacob Palis Júnior de Matemática. Além disso, em torneios internacionais, ele conquistou uma medalha de prata na Olimpíada Iraniana de Geometria (IGO), em 2022; uma prata na OMR 2022 e um bronze na APMO 2022.
“Receber uma medalha na IMO é muito emocionante, e eu senti um misto de felicidade e surpresa, pelo resultado de anos de dedicação. Estou muito feliz por ter tido a oportunidade única de representar o Brasil do outro lado do mundo. Isso me deixa motivado para continuar meus estudos e melhorar ainda mais meu desempenho no próximo ano”, revela Marco.
A alegria de ver alunos recebendo medalhas na IMO 2024 invadiu o colégio dos estudantes. Régis Prado, coordenador de olimpíadas de Matemática do Colégio Etapa, reforça a importância dos títulos obtidos pelos jovens.
"A Olimpíada Internacional de Matemática é a competição mais importante de Matemática e é a olimpíada científica mais tradicional e uma das mais importantes do mundo. Os resultados de Felipe e Marco são muito importantes porque mostram que estamos no caminho certo. Agora são oito medalhas de ouro do Colégio Etapa na IMO".
Alunos Marco Aurélio e Felipe Makoto com o professor Régis Prado [2]
Dicas de estudo para quem quer fazer olimpíadas
Felipe Makoto salienta que já estuda há sete anos em uma rotina intensa. Conforme o jovem conta, quando não estava em aula, ele estudava Matemática. "Apesar de não necessariamente funcionar para todos, foi o que escolhi para mim", analisa.
O aluno destaca ainda quão importantes foram as aultas e tutorias que teve no seu colégio. Além disso, o estudante reforça que se dedicou bastante a aperfeiçoar a teoria e fez vários exercícios, incluindo provas anteriores.
"A minha principal dica para quem quer fazer olimpíadas científicas é: se você realmente gosta do que está fazendo, se dedique e se esforce ao máximo e você estará no caminho certo para ter sucesso"
Felipe concluiu o Ensino Médio em 2023.Mas, a IMO acontece no meio do ano e o ano letivo no Brasil termina no fim do ano, o regulamento da olimpíada permite que, nesses casos, o estudante ainda participe da competição pela última vez.
Atualmente, o jovem está estudando o curso de Ciência da Computação na Universidade de São Paulo (USP).
Olimpíadas Científicas
As olimpíadas científicas ou escolares são competições entre equipes, compostas por um professor e alunos, que estimulam e desafiam os participantes a terem mais conhecimento sobre determinada disciplina do ensino médio, como Matemática e História, conforme o nível de escolaridade.
Os inscritos passam por avaliações, que podem ser escritas, orais ou digitais e durar mais de uma etapa. Ao final, são escolhidas equipes vencedoras que ganham medalhas de ouro, prata e cobre.
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