Em uma propriedade no interior de Alto Rio Novo, noroeste do Espírito Santo, o produtor João Maforte colheu 200 sacas de café arábica este ano. A produção ficou dentro do esperado, o problema foi na hora de vender o café. “Se for fazer todo o investimento que a lavoura precisa em adubação e correção do solo, o custo sai por R$ 170, R$ 180, enquanto estamos vendendo por R$ 165, então estamos trabalhando no prejuízo”, diz.
O baixo preço do arábica também está contribuindo para derrubar o valor do café conilon. Muitos compradores estão preferindo investir em um arábica de baixa qualidade a comprar o conilon, já que a diferença de preço entre os dois está bem mais baixa que o normal . A saca de 60 quilos do café conilon, vendida a R$ 280 no início da colheita, agora é comercializada por R$ 182.
Em São Gabriel da Palha, o agricultor Altair Ferreira colheu 3 mil sacas de conilon na última safra, 20% a mais do que no ano passado, mas por causa do preço baixo, ele não obteve os lucros esperados.
Andando pela lavoura é possível observar que os pés de café estão carregados, com grãos muito bem formados, sinal de safra boa o ano que vem. O problema é que com o preço da saca tão baixo, o produtor está sem dinheiro para investir na lavoura e sem os cuidados necessários, a próxima produção, pode ficar prejudicada.
Por causa do preço baixo, o estoque de café na Cooperativa de São Gabriel da Palha é alto, são mais de 500 mil sacas. O presidente Antônio de Souza Neto sugere que, quem pode, deve segurar o café e aguardar a reação do mercado.
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