Postado por
Por Regis Tadeu 27 de out de 2013 14:26 BRST
Email
No momento em que você lê estas linhas, saiba que estou muito indignado com mais uma cena da hipocrisia explícita que parece varrer o mundo tal qual uma tempestade de areia.
Acabei de ver uma destas "defensoras intransigente dos animais" negar um prato de comida a um mendigo na padaria aqui perto de casa. Vendo a situação, eu mesmo pedi para que fosse preparado um "PF" (prato feito) para o sujeito. Paguei com o maior prazer, mas fiquei pasmo com a reação de nojo da "defensora" ao se dirigir ao pobre coitado. Para mim, foi impossível não associar isto ao estado de clamor social que rolou recentemente quando alguns cães da raça beagle foram ‘resgatados’ de um laboratório de testes do Instituto Royal em São Roque (SP).
Sou incapaz de maltratar qualquer tipo planta ou animal, com exceção de baratas e pernilongos. Aranhas e outros insetos são gentilmente colocados do lado de fora da minha casa. É uma das heranças de comportamento que trago desde a infância. Não vou mudar. Morrerei assim. Nunca morei em algum lugar que tivesse ratos e não sei como reagiria se visse um dentro de alguma dependência de meu apartamento.
Só que não levanto bandeiras a favor dos animais por um motivo muito simples: adoro comer carne! Ponto. Acho uma tremenda hipocrisia ver um monte de gente bradando a favor dos beagles enquanto saboreia aquele bife mal passado no prato. Aí é facil, né?
E aí é que surgem as perguntas que ninguém quer fazer, mas eu faço: por que a raça dos cães foi tão enfatizada pelos ativistas e pela própria mídia em geral? Será que a indignação popular que se seguiu à divulgação do fato seria a mesma se no lugar dos beagles estivessem alguns viralatas sarnentos? Será que as moças revoltadas com o que aconteceu vão boicotar as empresas de cosméticos que testam seus produtos em... cães? Ou a raivinha é da boca para fora e termina no exato momento em que uma nova linha de hidratantes para a pele é anunciada na TV? Por que só agora as pessoas resolveram se indignar com os testes feito pelas indústrias em cobaias? Há anos que isto é rotineiro e uma etapa importante no desenvolvimento de medicamentos, por exemplo.
Recentemente, um caso ilustrou isto de maneira exemplar. A subcelebridade Luize Altenhoffen permitiu que seu cão pitbull escapasse e invadisse a residência de seu vizinho, atacando o filho do cara. Sem pensar duas vezes como qualquer pai faria, o dono da casa defendeu o seu filho e atacou o animal, quase o matando. Não havia outra alternativa: era a criança ou o bicho. Pois o mais inacreditável aconteceu: o pai foi tratado nas redes sociais como um “assassino”! Simplesmente inacreditável o que a vontade de parecer um “defensor dos animais” faz com o cérebro de certas pessoas...
O que me preocupa mesmo é que estamos mais preocupados em “parecer legal” do que realmente ser uma pessoa decente. Desde o surgimento do termo “politicamente correto” e das redes sociais, vejo muita gente mais preocupada com a sua ‘persona’ no mundo virtual do que no cotidiano real e físico de nossas vidas. O que mais existe hoje em dia são as preocupações distintas quando se trata de diversidades econômicas, políticas, sociais, sexuais, religiosas e raciais.
Se é para lutarmos por tratamento justo para TODOS os animais, que isto também seja estendido a TODOS os seres humanos. O que vale para um tem que valer para outro. Qualquer coisa fora disto é hipocrisia canalha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário