20/11/2013
Foto: Reprodução
Com uma boa seleção de alimentos e as reposições adequadas, dietas sem alimentos de origem animal podem ser saudáveis
Com uma boa seleção de alimentos e as reposições adequadas, dietas sem alimentos de origem animal podem ser saudáveis
As carnes são ricas em proteína, zinco, ferro e vitamina B12, nutrientes que são essenciais para o bom funcionamento do organismo.
No entanto, com as substituições adequadas e com um monitoramento nutricional efetivo é possível ter uma vida saudável sem a ingestão de proteína animal.
Segundo a docente da Unifil, Graziela Maria Gorla Campiolo, quanto menos restrita for a dieta maior é a possibilidade ser nutricionalmente adequada.
“É de suma importância que os adeptos da dieta vegetariana sejam acompanhados por médicos e/ou nutricionistas. Estes profissionais poderão orientá-los, indicando possíveis alternativas para suprir o consumo destes nutrientes, o que geralmente é atingido por meio de suplementação. Vegetarianos necessitam, portanto, de planejamento adequado e seleção apropriada dos alimentos que deverão constituir sua dieta habitual”, ressalta.
Flávia Troncon Rosa, também docente da Unifil, destaca que as proteínas e o ferro podem ser repostos pela ingestão de leguminosas, como o feijão, o grão de bico e a lentilha.
O ferro também está presente em verduras com a cor verde escuro e leguminosas, contudo, nesse caso, para ser absorvido é preciso a associação com a vitamina C.
“A reposição de vitamina B12 torna-se mais complicada, especialmente em pessoas que seguem um vegetarianismo estrito, ou seja, não consomem nenhuma fonte animal e nem seus produtos, como ovo, leite, queijo, iogurte. Nesses casos, o monitoramento deve ser frequente para verificar a necessidade de suplementação, inclusive de cálcio. Em relação ao zinco, apesar de suas principais fontes serem as carnes e frutos do mar, ele também está presente em alimentos de origem vegetal e uma alimentação variada pode prevenir deficiências”, pontua Flávia Rosa.
Uma dieta sem a ingestão de produtos de origem animal e sem a adequada reposição pode causar vários danos à saúde, como a anemia ferropriva, motivada pela ausência de ferro.
Já a deficiência de vitamina B12 pode acarretar uma anemia megaloblástica ou até mesmo uma neuropatia.
E os baixos índices de zinco são responsáveis por alterações no sistema imunológico, no paladar, além de retardo de crescimento em crianças e lesões na pele.
“Crianças, grávidas e idosos são mais vulneráveis a deficiências nutricionais. As crianças e gestantes apresentam necessidades aumentadas de alguns nutrientes, como o ferro, por exemplo. E os idosos, além de normalmente possuírem um hábito alimentar monótono, pouco variado, também podem apresentar ingestão alimentar diminuída por alterações do paladar e da função do trato gastrointestinal que acompanham o envelhecimento. O acompanhamento com um nutricionista previne as deficiências e possibilita crescimento adequado das crianças e do feto (sem prejudicar as mães)”, explica Flávia Troncon Rosa.
Em contrapartida, o excesso de proteínas e gorduras de origem animal também é nocivo à saúde.
“A alimentação chamada `ocidentalizada´, com excesso de proteínas e gorduras de origem animal, confere maior risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), em especial a hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, aterosclerose e obesidade; por isso a necessidade de uma alimentação equilibrada com a presença de todos os grupos alimentares”, comenta Graziela Campiolo.
Diferentes grupos que não consomem alimentos de origem animal
- Ovolactovegetariano: consome ovos, leite e laticínios na alimentação;
- Lactovegetariano: não consome ovos, mas ingere leite e laticínios;
- Ovovegetariano: não consome laticínios, mas ingere ovos;
- Vegetariano estrito ou puro: não consome nenhum derivado animal;
- Vegano: não consome produtos de origem animal, como carne, peixe, lacticínios e ovos.
Dicas para um cardápio variado
- Consumir alimentos com elevada densidade de micronutrientes;
- Ingerir leguminosas (inclusive na forma de brotos), alimentos fermentados à base de soja, frutas frescas e vegetais folhosos verdes;
- Optar por frutas secas na sobremesa;
- Não consumir alimentos ricos em cálcio e ferro na mesma refeição;
- Consumo alimentos ricos em vitamina C junto com as refeições.
Texto: Renata Santos - Londrix Comunicação
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