Ah, o amor. Esse
sentimento nobre é amplamente estudado pela ciência e um dos nossos temas
favoritos por aqui. Para ajudar você a entendê-lo melhor, vamos publicar uma
série de posts com algumas das descobertas científicas mais recentes a esse
respeito. Você vai encontrar, por exemplo, a prova científica de que existe
amor duradouro, uma advertência importante para quem não sabe se casa ou se
compra uma bicicleta e a quebra do mito de que homens que pagam por sexo não
querem compromisso. Tem assunto de sobra para discutir na mesa de bar.
- A ciência garante: o amor duradouro é
possível
Quando a gente começa um romance, é tudo lindo e eterno. Até acabar em
corações partidos e cada um partir para outra história. Muita gente acha que
esse é um ciclo inevitável e não acredita em amor que nunca se acabe. Por outro
lado, existem vários casais por aí que estão juntos e felizes há décadas. O que
a ciência diz sobre isso?
Um estudo publicado no ano passado na Social Cognitive and Affective Neuroscience concluiu que o amor duradouro é possível, sim. Os pesquisadores,
liderados pelo neurocientista social Arthur Aron, da Universidade Stony Brook
em Nova York, descobriram respostas neurológicas similares entre pessoas
vivendo um novo amor (naquela empolgação típica) e aqueles em relacionamentos
apaixonados de longa duração.
O estudo examinou as respostas cerebrais de 10 mulheres e 7 homens
casados há um tempo que variava entre 10 e 29 anos usando ressonância magnética
funcional (fMRI). Enquanto isso, eles tinham de olhar para fotos do rosto de
seus parceiros, de conhecidos próximos e de pessoas com quem tinham pouca
familiaridade.
Também foi feito o mesmo teste com casais que haviam acabado de começar
um relacionamento romântico. Estes, ao olharem para a imagem de seu parceiro,
mostraram respostas na área responsável pela liberação de dopamina,
frequentemente associada ao consumo de alimentos e álcool e motivadora de
vontades e desejos. Isso não aconteceu quando os mesmos indivíduos viram fotos
de outras pessoas.
Para os 17 adultos em relacionamentos antigos (os quais garantiam sentir
pelo parceiro o mesmo amor do início do namoro), foi criada uma escala de sete
pontos que classificou a intensidade do amor que eles sentiam em seu
relacionamento. Todos eles marcaram cinco ou mais pontos.
Na hora do exame da ressonância magnética, eles apresentaram atividade
semelhante aos dos novos namorados na área responsável pelo processamento da dopamina
– e quem havia sido classificado com sete pontos mostrou atividade maior que os
classificados com cinco.
Mas o estudo também mostrou diferenças entre as atividades cerebrais dos
dois grupos. Quem estava em relacionamentos recentes mostrou atividade nas
regiões relacionadas à obsessão e tensão, enquanto aqueles em relacionamentos
de longo prazo apresentaram atividade nas regiões relacionadas com a ligação
emocional e o apego.
Para os pesquisadores, o estudo prova que a sensação de recompensa
associada a um parceiro de longo prazo pode ser sustentada e se manter
semelhante à sentida no início de um novo relacionamento – a diferença é que
isso envolve áreas cerebrais diferentes. Segundo eles, esse é o passo inicial
para entender a biologia por trás desses relacionamentos.
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