Reportagem do Jornal de Londrina
06/11/2013 | 11:02Fábio Calsavara
O anúncio da demissão sem justa causa de 15 funcionários da Sercomtel, feita na terça-feira (5) pelo presidente da companhia como medida de reestruturação, confirma uma sucessão de prejuízos amargados desde 1996. Em entrevista por telefone ao JL, Christian Schneider revelou que daquele ano até 2012, a empresa teve lucro operacional em apenas duas oportunidades.
Os prejuízos acumulados acarretaram uma perda de patrimônio de mais de R$ 143 milhões nos últimos dez anos. Com a falência das Adateis de São José (SC) e de Osasco (SP) – estimadas por Schneider em pelo menos R$ 25 milhões – e o esperado prejuízo operacional, o passivo da companhia pode facilmente atingir as cifras de R$ 200 milhões [no acumulado desde 2002]. O número, porém, só deve ser conhecido quando o próximo balanço for fechado. “Não vai ser tão expressivo quanto o do ano passado [R$ 65 milhões], mas certamente teremos prejuízo”, declarou.
Para equilibrar as contas, os sócios da companhia precisam injetar dinheiro na Sercomtel. O pedido de aporte feito aos sócios, no valor de R$ 30 milhões, deve ser suprido em parte. À Prefeitura de Londrina cabem R$ 14 milhões do total. A votação do aporte por parte da administração municipal está prevista para a próxima sessão da Câmara Municipal, na quinta-feira (7). “No mais tardar, vai para votação na terça-feira da semana que vem”, revelou o presidente da Sercomtel.
Os R$ 16 milhões restantes cabem à Companhia Paranaense de Energia (Copel) e ao Banco Itaú (sucessor da Banestado Corretora, que se tornou acionista da empresa porque o Município não pagou um empréstimo que tinha como garantia as ações da telefônica) e ainda não há previsão para que haja o pagamento. “No mais tardar, esse aporte tem que chegar até o final deste ano, para que possamos equilibrar essas contas.”
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