quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

ATENÇÃO ...ESGOTOS CLANDESTINOS ESTÃO ACABANDO COM O LAGO IGAPÓ











Estudo realizado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) mostra que o Lago Igapó 4 apresenta níveis de contaminação muito superiores aos dos lagos 1 e 2. O maior valor encontrado da bactéria Escherichia coli (e.coli), que figura como a causa de várias doenças, foi de 160 mil nmp/100 ml, quando o limite tolerado para o contato primário (banho) é de 800 nmp/100 ml. No Lago 1, o índice foi menor que 1,8 nmp/100 ml; e no Lago 2, o maior valor encontrado foi de 92 mil nmp/100 ml. A química do IAP, Marli Lino, ressalta, no entanto, que “o estudo avalia a balneabilidade do Igapó, mas a finalidade do lago é paisagística”.
Entre 23 de setembro e 28 de outubro, foram coletadas seis amostragens nos três pontos. “O resultado confirmou o que já esperávamos”, afirma Marli. A presença de e.coli indica o lançamento de esgoto sanitário no Igapó. A presença de coliformes totais também é maior no Lago 4: 920 mil nmp/100 ml. Os lagos 1 e 2 apresentam, respectivamente, 1,6 mil nmp/100 ml e 5,4 mil nmp/100 ml.
Sobre os esgotos clandestinos, a Sanepar informa, por meio da assessoria de imprensa, que “nas vistorias feitas em todos os imóveis localizados na Bacia do Ribeirão Cambé, as irregularidades [encontradas] são repassadas para a Secretaria Municipal de Ambiente [Sema], que é quem tem poder de autuação.”Esses resultados mostram, segundo Marli, que o Igapó 4 apresenta maior contaminação microbiológica. “Observamos também que os valores obtidos em tempo chuvoso são muito maiores. Isto significa que está havendo também lançamento de esgoto não tratado em galerias pluviais.” Este é um problema identificado há décadas no Lago Igapó, sem solução até então. “Recentemente foi identificada uma indústria que contaminou o lago com lançamento de efluentes”, lembra.
O gerente de fiscalização da Sema, Luiz Campanhã Filho, afirma que a fiscalização é rotineira e que são feitas autuações quando identificados os poluidores. No entanto, ele disse não ter os números de autuações realizadas pela secretaria, para repassar à reportagem, na tarde de ontem.
Segundo Campanhã, existe uma grande dificuldade em identificar a origem dos esgotos clandestinos. “Quando está na via pública, a céu aberto, é mais fácil, verificamos as residências em frente e autuamos”, conta. “Dentro do lago é muito difícil, porque as galerias são subterrâneas e ramificadas.” 

A química do IAP afirma que é preciso também investir em educação ambiental tanto para que os esgotos sejam ligados corretamente à rede quanto para que não jogue lixo nas vias públicas, pois acaba sendo sempre arrastado para o lago, especialmente em dias chuvosos. Outras ações urgentes para melhorar a condição do cartão postal de Londrina, para ela, são replantio de árvores nas margens do Igapó, limpeza dos bueiros e calçadas que não sejam impermeáveis.

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