Descoberta pode permitir que a lua seja estudada sem a necessidade de perfurar a camada de gelo de sua superfície
Cientistas descobriram vapor de água sobre a superfície polar de Europa, uma das luas de Júpiter. Observações feitas com o telescópio espacial Hubble mostram que o vapor está jorrando da superfície da lua. A pesquisa foi publicada nesta quinta-feira, na revista Science.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Transient Water Vapor at Europa’s South Pole
Onde foi divulgada: periódico Science
Quem fez: Lorenz Roth, Joachim Saur, Kurt D. Retherford, Darrell F. Strobel, Paul D. Feldman, Melissa A. McGrath, Francis Nimmo
Instituição: Instituto de Pesquisa do Sudoeste, nos EUA, e outras
Resultado: Os pesquisadores descobriram jatos de vapor de água sendo expelidos da superfície de Europa, uma das luas de Júpiter
Descobertas anteriores já faziam os cientistas suspeitarem da existência de um oceano abaixo da camada de gelo que recobre o satélite. Os pesquisadores ainda não têm certeza se o vapor de água observado provém de uma erupção da superfície da lua, mas acreditam que essa seja a explicação mais plausível.
"Se esses jatos de água estiverem conectados ao oceano que nós acreditamos existir sob a crosta de Europa, isso significa que investigações futuras poderão estudar diretamente a composição química do ambiente potencialmente habitável da lua, sem precisar perfurar as camadas de gelo", explica Lorenz Roth, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste, nos Estados Unidos, principal autor do estudo.
Se a suspeita se confirmar, Europa será a segunda lua conhecida no Sistema Solar a apresentar jatos de vapor. Em 2005, a sonda Cassini, da Nasa, detectou o mesmo fenômeno na superfície de Encélado, uma das luas de Saturno. Na ocasião, os pesquisadores encontraram também poeira e gelo – no caso de Europa, apenas o vapor foi identificado.
Para Roth, as longas rachaduras na superfície de Europa, conhecidas como lineae (linhas), podem originar o vapor que está sendo expelido no espaço. A sonda Cassini identificou fissuras parecidas em Encélado.
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Explicação – A equipe de pesquisadores também descobriu que a intensidade dos jatos em Europa, assim como na lua de Saturno, varia de acordo com a posição orbital do satélite. Jatos ativos só foram observados quando a lua estava no ponto mais distante de Júpiter. Uma possível explicação é o fato de que as rachaduras são afetadas quando a força gravitacional, fazendo com que os espaços para a saída do vapor se abram quando ela está distante do planeta, e se fechem com a aproximação.
A quantidade de vapor identificado nas duas luas é semelhante, mas como a força gravitacional de Europa é quase doze vezes mais intensa que a de Encélado, o vapor na primeira não escapa para a atmosfera, mas cai sobre a superfície da lua após atingir uma altura média estimada em 201 quilômetros.
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