Em Alice Springs, Austrália
Marle e Digger podem ser filhotinhos fofos, mas não se engane, adverte seu cuidador, Matt Williams: estes dingos com 18 semanas de vida são animais selvagens que nunca serão bichinhos de estimação.
O casal de irmãos que vive no Parque do Deserto de Alice Springs, no centro da Austrália, são geneticamente dingos puros, o que significa que são dois dos espécimes cada vez mais raros da agressiva subespécie do lobo cinzento.
"Eles são muito diferentes do cão doméstico", disse Williams, enquanto tenta manter os ágeis animais sob controle.
"Esta é a mensagem que realmente devemos passar adiante porque frequentemente são muito associados com cães domésticos", acrescentou.
Embora muitas pessoas se sintam tentadas a dar carinho a animais com aparência canina, instintivamente acariciando sua cabeça ou orelhas sem esperar uma reação adversa, as coisas são diferentes com os dingos, que são encontrados sobretudo na Austrália.
"Embora possam parecer cães e ter quatro patas e abanar a cauda, eles são animais selagens e você precisa respeitar e tratá-los como tais", disse Amanda McDowell, presidente da Associação de Preservação do Dingo Australiano.
Apesar de sua ferocidade, o dingo - que segundo evidências fósseis está na Austrália por pelo menos 3.500 anos - pode estar lutando pela própria sobrevivência, e alguns temem que cruzamentos com cães domésticos possa acabar extinguindo a espécie.
McDowell acredita que o fim do animal não pode ser evitado, apenas adiado.
"Realmente está à beira da extinção. Muitas pessoas têm a percepção de que há muitos dingos lá fora", declarou à AFP.
"Mas na verdade, são apenas cães miscigenados, não são dingos puros", acrescentou.
Segundo ela, a situação do animal é "exatamente igual à do lobo-da-austrália" - a misteriosa fera canina mais conhecida como tigre da Tasmânia, cujo último exemplar acredita-se que tenha morrido no zoológico de Hobart, em 1936.
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