Se eu tivesse que resumir todas as tendências em mídias sociais para 2014, eu pensaria fortemente na ampliação/aprofundamento de cinco conceitos que estão mudando, já há algum tempo, a nossa maneira de interagir com o mundo: social, local, mobile, microtargeting ecloud.
Os três primeiros, que já desenvolveram uma simbiose depois de rebatizados sob o apelido deSo-Lo-Mo — a combinação de conteúdo “Social, Local, Mobile” — não são novidade, diriam alguns. De fato, esse conceito já vem de alguns anos, até. Mas, mais do que nunca, o mundo não existe mais sem isso.
Acontece que So-Lo-Mo não tem a ver com tecnologia. Tem a ver com comportamento. As pessoas compartilham, influenciam e são influenciadas, em uma rede de relacionamentos (social); dão mais importância ao que está ao seu alcance e que podem usufruir rapidamente (local); e querem tudo isso onde estiverem, na hora que desejarem, em uma ampla experiência totalmente conectada (mobile).
Mobile puxará tudo. Tudo. Em 2014, haverá mais celulares que pessoas no mundo – algo em torno de 7,3 bilhões de unidades. Aliás, no segundo trimestre deste ano de 2013 houve um momento histórico, a virada do jogo: pela primeira vez, smartphones venderam mais do que celulares comuns, numa clara demonstração de que o futuro é mobile, sem escapatória. A consultoria IDC estima que vamos fechar o ano com vendas mundiais de 1,8 bilhão de celulares, dos quais 1 bilhão de smartphones.
A venda de tablets no mundo vai mais que dobrar entre 2012 e 2014, pulando de 120 milhões para 263 milhões, segundo a consultoria Gartner. Mais do que nunca, conectividade e mobilidade são palavras de ordem.
O e-commerce, por exemplo, deverá ser muito mais focado em dispositivos móveis, pois as pessoas querem consumo local, sob medida e em tempo real, para satisfazer uma necessidade imediata e específica. Sofisticados recursos de geolocalização, especialmente em aplicativos, serão cada vez mais demandados. Pequenos negócios terão a chance de se posicionarem bem para atender a esse cliente local.
Na esteira dessa demanda, responsive design ganhará força e websites deverão ser otimizados para as três telas: desktop/laptop, tablet e celular, permitindo ao usuário navegar com conforto independente do dispositivo que utilizar. A febre dos apps vai aumentar, com soluções voltadas à praticidade, ao entretenimento e à rapidez.
As plataformas de mídias sociais vão caprichar na mescla entre o lúdico e a publicidade, a informação e a oferta do produto certo na hora certa. O “consumidor sempre plugado” espera que as empresas entendam quem ele é, do que gosta e precisa e como consome, para receber conteúdo segmentado.
Novos recursos de microtargeting ajudarão a identificar perfis de usuários e oferecer-lhesexperiências digitais de consumo contextualizadas e customizadas, agregando mais valor e aumentando a conversão.
Por fim, a liberdade de acessar tudo o que é seu a partir de qualquer aparelho e em qualquer lugar exigirá novos investimentos em cloud computing, para aumentar a capacidade de armazenamento e compartilhamento de dados na nuvem.
Em 2014, qualquer plataforma de mídias sociais (inclusive as em uso atualmente, como Facebook e Instagram) precisa ter em mente que as novas gerações – e, portanto, futuros usuários – terão novas demandas por rapidez, estímulos e possibilidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo em um só lugar. E que isso já começa agora.
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