Governador de Tóquio renuncia por suspeita de corrupção
Kazuhiro Nogi/AFP
Inose é acusado de receber dinheiro de uma rede de hospitais para cobrir gastos de campanha
São Paulo - O governador de Tóquio, Naoki Inose, renunciou ontem após ser envolvido em um escândalo financeira. Ele é acusado de receber 50 milhões de ienes (R$ 1,14 milhão) de uma rede de hospitais para cobrir os gastos de sua campanha eleitoral para o cargo, em 2012.
O inquérito policial informa que Inose recebeu o dinheiro em novembro de 2012, concedido pelo deputado Takeshi Tokuda, filho do presidente do grupo Tokushukai, maior operador privado de instalações médicas do Japão.
Os fundos teriam sido usados para cobrir as despesas de campanha para as eleições de 16 de dezembro de 2012, que venceu com 65% dos votos. Após a denúncia, feita no último dia 22 de novembro, o governador recebeu pressões de opositores, da Assembleia Regional e do governo central para renunciar.
Em entrevista coletiva, Inose pediu desculpas à população japonesa. "Decidi que não há outro caminho a não ser deixar o governo de Tóquio para encerrar o impasse. Eu não posso ficar no caminho de preparação para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos [de 2020], em que o orgulho nacional estará em jogo."
O governador foi o responsável pela parte final da campanha pelo direito de sediar os jogos de 2020, obtidos em setembro após a escolha do Comitê Olímpico Internacional (COI). Dez dias depois, a Promotoria japonesa iniciou uma investigação para verificar o vínculo de Inose com a Tokushukai.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, descartou qualquer impacto da renúncia com a realização dos jogos e disse que o país segue comprometido com o evento. "Todo mundo compartilha a intenção de sediar os melhores Jogos Olímpicos. Isso permanece inalterado. Eu não vejo nenhum impacto."
O sucessor de Inose deverá ser escolhido em novas eleições que, segundo a imprensa japonesa, deverão ser realizadas em fevereiro. O governador de Tóquio é o segundo político mais importante do país, atrás do primeiro-ministro, por causa da importância econômica da cidade, cujo PIB é um dos maiores do mundo.
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