Um apelo na televisão às vésperas do Natal reacendeu as doloridas memórias de Marli do Rocio Alves, 58 anos, e uma intensa vontade de reencontrar a única filha que ela não viu crescer. Até o fim de 2012, a falta de informação e a carência financeira revestiam a paranaense em desesperança, até que a sobrinha alertou Marli sobre a semelhança de uma jovem na TV com a família.
Era Or-Luz Galon, de 27 anos, que dava depoimento à procura da mãe biológica no programa do Faustão. Ela levava a público em rede nacional a história de bebês traficados do Brasil para Israel na década de 1980. Todos personagens da série Órfãos do Brasil, publicada em agosto de 2012 pelo Diário Catarinense.
Assim como Marli, há um ano mais de 60 mulheres brasileiras se despojaram da culpa e do medo do julgamento para atender o chamado destes jovens. Encorajadas, elas pedem ajuda ao jornal e à ONG Desaparecidos do Brasil para reatar laços familiares.
A foto de Or-Luz após a repercussão na TV também despertou a esperança de Marlene Alves, 57 anos, em Curitiba. Quando lhe mostraram a jovem pela tela do computador, ela pediu aos filhos que tentassem um contato. Ao ver Or-Luz em fotos do jornal, Marlene reconhece o formato das sobrancelhas e os cabelos. Mas é na foto de bebê que ela para o olhar.
— Eu não esqueço a nenezinha, eu não esqueço — diz acariciando o papel.
Marlene mora com os filhos de 33 e 22 anos em uma pequena casa de três cômodos no Bairro Fazendinha. Em 1986, entregou relutante, a filha a um casal, por intermédio de uma mulher que se dizia benfeitora e religiosa. Desempregada e solteira, aos 27 anos, Marlene morava com os pais, que não aceitariam a criança. Um homem e uma mulher que diziam morar no Paraguai pegaram a menina na casa da intermediária. Marlene diz que não aceitou o dinheiro oferecido. A culpa lhe bastava.
— Agora, fico alegre e ao mesmo tempo triste, porque eu não sabia que ela estava me procurando. Se for ela, eu pediria perdão, falaria do medo, da saudade — projeta.
Para Marli, a outra mãe que tem esperança de encontrar em Or-Luz a filha perdida, as marcas da separação mantiveram sua vida em suspenso:
— Nunca me casei e também não tive mais filhos. Quando a vi, acreditei que ela podia ser minha filha. Ela se parece comigo.
De Israel, Or-luz mantém contato com as duas famílias, mas preserva-se do envolvimento até que seja feito o DNA, realidade ainda distante para as condições das duas mulheres que querem ser sua mãe.
Era Or-Luz Galon, de 27 anos, que dava depoimento à procura da mãe biológica no programa do Faustão. Ela levava a público em rede nacional a história de bebês traficados do Brasil para Israel na década de 1980. Todos personagens da série Órfãos do Brasil, publicada em agosto de 2012 pelo Diário Catarinense.
Assim como Marli, há um ano mais de 60 mulheres brasileiras se despojaram da culpa e do medo do julgamento para atender o chamado destes jovens. Encorajadas, elas pedem ajuda ao jornal e à ONG Desaparecidos do Brasil para reatar laços familiares.
A foto de Or-Luz após a repercussão na TV também despertou a esperança de Marlene Alves, 57 anos, em Curitiba. Quando lhe mostraram a jovem pela tela do computador, ela pediu aos filhos que tentassem um contato. Ao ver Or-Luz em fotos do jornal, Marlene reconhece o formato das sobrancelhas e os cabelos. Mas é na foto de bebê que ela para o olhar.
— Eu não esqueço a nenezinha, eu não esqueço — diz acariciando o papel.
Marlene mora com os filhos de 33 e 22 anos em uma pequena casa de três cômodos no Bairro Fazendinha. Em 1986, entregou relutante, a filha a um casal, por intermédio de uma mulher que se dizia benfeitora e religiosa. Desempregada e solteira, aos 27 anos, Marlene morava com os pais, que não aceitariam a criança. Um homem e uma mulher que diziam morar no Paraguai pegaram a menina na casa da intermediária. Marlene diz que não aceitou o dinheiro oferecido. A culpa lhe bastava.
— Agora, fico alegre e ao mesmo tempo triste, porque eu não sabia que ela estava me procurando. Se for ela, eu pediria perdão, falaria do medo, da saudade — projeta.
Para Marli, a outra mãe que tem esperança de encontrar em Or-Luz a filha perdida, as marcas da separação mantiveram sua vida em suspenso:
— Nunca me casei e também não tive mais filhos. Quando a vi, acreditei que ela podia ser minha filha. Ela se parece comigo.
De Israel, Or-luz mantém contato com as duas famílias, mas preserva-se do envolvimento até que seja feito o DNA, realidade ainda distante para as condições das duas mulheres que querem ser sua mãe.
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