segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

UMA LIÇÃO PARA OS DOIDOS DO VOLANTE NAS VIAS PÚBLICAS !


Exatamente o que penso e pratico atualmente! Muitas vezes nós que somos competidores, quando falamos do nosso esporte a terceiros, escutamos: "-Então você corre muito na rua!" Não, EU não corro em via pública, quando eu entro em um carro de competição, uso equipamentos hábeis a minimizar os riscos da minha prática, o trânsito está (ou pelo menos deveria estar) fechado, o resgate está próximo e ainda assim acidentes acontecem! Minha adrenalina eu descarrego na pista, na rua eu sou um bom cidadão!

Meu sobrinho João Victor Ribeiro, é advogado e é competidor profissional , eis uma de suas "máquinas velozes"...


Ele postou esta triste reportagem sobre:

A Morte de Paul Walker: uma grande lição

Domingo, 01 de Dezembro de 2013.
Vou escrever este texto em primeira pessoa.
Não. Aqui não tem nenhum santo. Você, lendo este texto, não é santo. Nem aquele milionário que corre apenas de circuito e bate no peito a responsabilidade é santo. Nem novos, nem velhos. Nem rico, nem pobre. Comprou ou montou carro com mais de 100 HP? Desculpe, não é santo.
Fomos criados nas ruas e fomos para a arrancada por achar que nosso gosto poderia ter um local mais seguro. Mas ainda assim somos insistentes: aceleramos nas ruas sem nenhum pudor, principalmente por não contarmos com um local acessível para acelerar nas grandes cidades. Mas este é outro assunto.
Paul Walker morreu dentro de um carro que muitos de nós acha imbatível. Um carro que acelera muito, freia muito, faz muita curva e, no momento da batida, estava sendo pilotado por outro cara, um piloto que aparentemente sabia o que estava fazendo. Não, não sabia.
Quando estamos no calor da emoção, principalmente acompanhados ou nos exibindo, esquecemos a noção. Achamos-nos invencíveis. Não somos. Os dois morreram dentro de um Porsche GT NOVO. Não houve falha mecânica. Houve um PUTA erro. E foi em plena tarde. Um erro fatal. Por sorte, somente eles se foram. Nenhum inocente estava na calçada. Imaginou?
Mais uma vez temos que parar e pensar no que estamos fazendo com nossas vidas e com a vida de inocentes nas ruas: ter um carro preparado é maravilhoso. Sim. Não sou falso moralista.  E dá SIM para ter carro bravo e ser consciente.
Eu, que tenho 40 anos e COM CERTEZA tenho muito mais tesão em acelerar em um local adequado, com segurança adequada, no estado mental adequado e por isso, posso dizer com todas as palavras: estamos aprendendo mais uma lição e a culpa não é somente nossa. A culpa é de todos, principalmente aqueles que não oferecem um local adequado para a prática nas grandes cidades. Muito já se fez. Mas muito ainda necessita ser feito. Podemos fazer a nossa parte tendo consciência.
Nosso gosto esta aí e nunca vai acabar. Lógico que se você tem carro bravo somente para mostrar para os outros que é o foda, lamento: teu gosto um dia acaba. Nosso gosto é diferente, vivemos para isso. Somos fã de verdade: estamos nos autódromos torrando no sol e não apenas com a TV ligada num domingo torcendo pra um cara do outro lado do mundo. Estamos na pista, nas arquibancadas, nas estradas, amamos isso de verdade. Vale a pena viver muito.
Quero contar isso para outras gerações por muitos anos. E quero sim continuar escrevendo sobre carros preparados para muitos e, principalmente, ensinando a todos que LOCAL DE VELOCIDADE é na PISTA.  Amo arrancada, amo circuito, amo motores bravos. Mas amo muito mais minha vida e minha família. As ruas não acrescentam nada em meu gosto por carros.
Paul Walker deixou uma grande legião de fãs e, quem sabe, esta foi a lição que ele ensinou para todos os apaixonados por carros preparados: não é hora de ter mais responsabilidade? É chegada a hora de nos conscientizar!
Obrigado Walker. Aprendemos mais uma lição. E seremos fãs dos filmes e do seu gosto por motores bravos. Sim, o cara realmente gostava. Seus filmes, mesmo com todas aquelas mudanças de marcha e aquele engraçado nitro que fazia o carro correr mais rápido que a velocidade do som!
Você nos divertiu, mas também nos emocionou muito. Posso falar tudo isso em primeira pessoa, pois sou um apaixonado por motores bravos. Já fui pior. Hoje sou mais consciente. Tenho filho para criar, filho para ensinar o que é certo. Gostar, está no sangue.
Obrigado Walker. Aprendemos mais uma lição na vida. Desculpe o palavreado. Este sou eu. E vivo para escrever sobre isso.
Rodrigo Vieira – Editor
Autodynamics.com.br
Revista Dragstrip

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