Moradora ‘cuida’ de academia
Todos os dias Vilma Souza e Silva varre e recolhe o lixo
Geraldina Resende é frequentadora assídua do espaço: "A vida é muito boa"
Londrina - Se manter a praça do bairro limpa rendesse prêmio, ele iria para a dona Vilma Souza e Silva, de 75 anos, do Conjunto Vivi Xavier, na zona norte de Londrina. Todos os dias, ela dedica cerca de duas horas de seu tempo para varrer folhas, recolher papéis e colocar no lixo garrafas e latas vazias de cerveja e outras bebidas, deixadas praticamente na porta de sua casa.
Sem reclamar do que faz, ela anda ainda mais alegre por esses dias por causa da academia ao ar livre que foi instalada no praça do bairro em dezembro do ano passado. "Moro aqui faz 19 anos. Desde que a academia foi instalada, meu filho usa os aparelhos todos os dias", conta com precisão. "Eu faço tanto exercício enquanto varro as calçadas - abaixo, levanto, viro, recolho - que acho que nem preciso de academia", brinca Vilma.
Do outro lado da praça, o professor e comerciante Valdir Zanatta está habituado com a cena e assiste diariamente o empenho de dona Vilma para deixar tudo bem arrumadinho. "A praça está ruim, as formigas estão tomando conta de tudo e falta iluminação, poda das árvores, a acessibilidade é zero e as calçadas são de matar. Se não fosse a dona Vilma, seria muito pior", elogia.
Sobre a instalação da academia, Zanatta elogia. "Na verdade foram tantos anos com a placa anunciando a obra, que achei que nunca fossem inaugurar, mas a aceitação é muito boa. As pessoas frequentam e valorizam e eu que estou aqui na frente há mais de 20 anos, agora vejo mais pessoas usufruindo da praça.
Dona Geraldina Resende, 68 anos, é frequentadora assídua da academia que fica na Rua Ataulfo Alves. Diarista aposentada, ela conta que 20 anos atrás teve um AVC e os exercícios dão uma ajuda e tanto. "A vida é muito boa e, agora, com a academia, a gente tem mais convívio com os vizinhos. Uns vem para conversar, outros para fazer exercícios, outros gostam de ver as pessoas se exercitando e também dá tempo de paquerar. Vir para academia ficou sagrado", reforça.
Vizinho da mesma praça, o morador Dirceu Martins do Amaral, 51 anos, também diz que tudo mudou desde que a academia foi instalada. "Não foi bom, foi ótimo", resume. O porteiro gosta de observar a movimentação, que começa antes das 7 horas e segue até a noite. "Eu ainda estou me recuperando de uma cirurgia, mas pretendo frequentar porque tem gente até as 10 horas da noite", garante.
A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) informou que o serviço de capina e roçagem na praça da academia iria começar ontem e deve ser concluído no início da próxima semana.
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