gleba palhano
Assim, do nada, em pouco mais de cinco anos surgiu uma nova cidade dentro da cidade de Londrina, na região da Gleba Palhano. Dos poucos edifícios existentes avistava-se … o infinito. Nossos olhos alcançavam praticamente todo o entorno da cidade, o sol visitava – sem pedir licença – nossas salas e quartos e o céu azul era a cor mais presente, invadida ocasionalmente por nuvens cinza-esbranquiçadas que logo se esvaiam e pelos aviões a caminho do aeroporto.
Para a maioria dos edifícios, casas e chácaras da região, a vista acabou. Aliás, poucas casas e chácaras sobreviveram na região. O céu foi trocado por espigões de concreto e o sol nem sempre encontra seu espaço para invadir salas e quartos. Surgiu “a região mais valorizada de Londrina”. Pelo menos é o que anunciam as construtoras e corretoras de imóveis. Sim, os edifícios são bonitos, modernos, altos, oferecem lazer e regalias aos seus moradores e mudaram o cartão postal de Londrina.
Infelizmente alguns detalhes foram “esquecidos”. Em toda região da Gleba – como hoje é chamada – existe apenas uma praça pública, a Praça Pé Vermelho, “gentil oferta” de uma das construtoras que inundou a região com prédios. E a praça nem é tão espaçosa assim… Outro detalhe são as ruas que já existiam no traçado original e que são bastante estreitas, tornando o tráfego complicado principalmente por causa do acúmulo de veículos estacionados, sejam de proprietários que possuem mais de um veículo e apenas uma garagem, sejam dos visitantes que estacionam onde quer que encontrem vagas.
Talvez os londrinenses até estufem o peito com orgulho – afinal, há uma eterna disputa com Joinville pelo título de “segunda maior cidade do Sul do país” – além de uma ciumeira muito grande em relação a Maringá, uma cidade muito melhor planejada e desenhada arquitetonicamente. O que se espera é que a área não se torne superpopulosa e passe a sofrer dos problemas que essas aglomerações urbanas geralmente provocam.