sábado, 3 de maio de 2014

É CERTO ISTO: O PREFEITO NÃO FAZ E O POVO FAZ ?



Fotos: Cesar Augusto
"Ninguém assume a responsabilidade aqui; está muito difícil atravessar a rua", justificou o trabalhador
A movimentação deixa o cruzamento confuso para motoristas e pedestres
Cambé - Dois cavaletes colocados na marginal da PR-445, próximo à Rua Marechal Floriano Peixoto, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina), interditaram parcialmente a via durante a manhã de ontem. O trabalhador da construção civil Moisés Gonçalves de Souza conseguiu latas de tinta branca e pintou uma faixa para pedestres, com o objetivo de facilitar a passagem dos moradores. "Ninguém assume a responsabilidade aqui. É um jogo de empurra. Está muito difícil atravessar a rua", desabafou, justificando a sua atitude.

Souza começou os trabalhos por volta das 9 horas. A intenção era concluir a primeira faixa no sentido Londrina–Cambé e dar continuidade ao serviço no sentido Cambé–Londrina. Ele argumentou que já havia conversado com vereadores de Cambé sobre a necessidade de melhorias para quem precisa atravessar a PR-445. "Aqui tem muito comércio. É bem movimentado", explicou. Os representantes teriam apresentado a reivindicação para a prefeitura, mas não houve resposta.

Cansado de esperar, o senhor de 60 anos arregaçou as mangas. "Antes eu só conseguia atravessar a rua com uma barra de ferro na mão. Ai do motorista que não parasse. Agora vai ficar bom", disse esperançoso.

O fluxo de veículos no local é intenso por causa das obras de duplicação da rodovia. As marginais acumulam provisoriamente o tráfego da via principal. Outro morador do bairro, Valdemir Pereira, apoiou a iniciativa. "Desde o início das obras está complicado passar por aqui. Muitas crianças e adolescentes vão para a escola sozinhos. Muita gente reclama, mas poucos vão atrás e resolvem o problema."

A opinião foi compartilhada pelo motorista Ibrain Quintino de Araújo. Ele passava a pé pelo local e também reclamou. "Aqui é muito mais difícil passar a pé do que de carro. Um sinaleiro ia ajudar", sugeriu. O aposentado Jaime Evaristo precisou aguardar alguns minutos. Ele tentou algumas vezes e teve que correr para não ser atropelado. "Nos horários de pico, umas 7h30 da manhã e 5h30 da tarde, é terrível. Só correndo mesmo", contou.

A movimentação acima do normal deixa o cruzamento confuso para motoristas e pedestres. A dona de casa Adriana Moreira segurava no colo a pequena Yasmin, de apenas um ano, enquanto esperava uma oportunidade para atravessar a pista. Desta vez, o motorista parou. "Eu tenho que esperar. Não dá pra correr risco. Isso está assim há mais de seis meses, desde que me mudei pra cá. A faixa agora vai ajudar", afirmou. 

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