Para buscar uma resposta, é importante, antes de qualquer coisa, observar a ação prática dos santos.
Do mesmo modo, não é possível conciliar o indiferentismo com a fé dos apóstolos, que atravessaram continentes e oceanos para anunciar o Evangelho aos pagãos; ou com a fé de São Francisco Xavier, que viajou ao Oriente para converter os povos que não conheciam a Cristo; ou com a fé dos missionários jesuítas, que evangelizaram o Novo Mundo a um alto custo, enfrentando desafios tremendos para trazer os povos indígenas à fé cristã. Todo o sacrifício dos missionários cristãos para evangelizar outros povos está fundado na convicção da necessidade da Igreja para a salvação dos homens.
Sugerir que a Igreja Católica está no mesmo nível de outras religiões ou que a salvação pode ser empreendida simplesmente por esforços humanos significa, portanto, não só caminhar na contramão dos santos, mas faltar à caridade com que Cristo amou a Sua Igreja e Se entregou por ela[3].
Antes de prosseguir ao que responde a doutrina católica à pergunta "Fora da Igreja existe salvação?", é importante definir o que é a Igreja. Trata-se da continuação do mistério da encarnação de Cristo na história. De fato, as graças que Jesus conquistou para os homens na cruz podiam ser distribuídas:
E assim como o Verbo de Deus, para remir os homens com suas dores e tormentos, quis servir-se da nossa natureza, assim, de modo semelhante, no decurso dos séculos se serve da Igreja para continuar perenemente a obra começada"[4].
"O eterno pastor e guardião das nossas almas (cf. 1 Pd 2, 25), querendo perpetuar a salutar obra da redenção, resolveu fundar a santa Igreja, na qual, como na casa do Deus vivo, todos os fiéis se conservassem unidos, pelo vínculo de uma só fé e amor."[5]
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