domingo, 25 de maio de 2014

"ROBERTO CARLOS SERÁ O ÚLTIMO CENSOR DO BRASIL", DIZ BIÓGRAFO PROCESSADO.


  • 2.nov.2013 - Paulo Cesar de Araújo, historiador e escritor de biografias, no auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina, em São Paulo (SP)
    Responsável pela biografia mais polêmica dos últimos anos, Paulo Cesar de Araújo viu, em 2007, sua obra "Roberto Carlos em Detalhes", fruto de 15 anos de pesquisa, ser banida das livrarias pelo ídolo da infância. Roberto Carlos defendeu sua história como patrimônio e pediu a prisão do autor. Sete anos depois, o fato volta à tona --mais uma vez em detalhes-- no livro "O Réu e o Rei". "Ao proibir aquele livro, Roberto Carlos me deu ideia para outro livro", disse Paulo Cesar ao UOL.

O escritor lançou o livro na terça-feira (20), sem qualquer alarde, como estratégia da editora Companhia das Letras. Paulo, que enfrentou a fúria do cantor e viu sua história se tornar agente principal na discussão entre liberdade de imprensa versus direito à privacidade, disse que está "tranquilíssimo". "Essa é a minha história, ninguém pode tirá-la de mim", disse ao editor Luiz Schwarcz, quando teve a ideia. "Claro que o Roberto pode tentar alguma coisa. Depois da Friboi, não duvido mais de nada", ironiza. "É diferente [da biografia]. Ele está contando uma história que lhe pertence", afirma Schwarcz.
"O Réu e o Rei" é um relato pessoal de Paulo Cesar desde quando tinha 4 anos e ouviu pela primeira vez "Quero Que Tudo Mais Vá Pro Inferno". A relação emocional com o Rei é reconstruída em uma análise musical profunda da obra e da trajetória do menino pobre de Cachoeiro de Itapemirim (ES). No esforço em reconstruir as armadilhas do processo jurídico que enfrentou, volta a pincelar fatos polêmicos na vida do cantor, como o acidente que o deixou sem uma perna e casos amorosos com Sonia Braga e Maysa.

Os advogados de Roberto já foram acionados para dar um parecer jurídico a respeito do novo livro, mas Paulo acredita que após a discussão midiática sobre o tema no ano passado e a aprovação pela Câmara do projeto de Lei que garante a publicação de biografias sem autorização prévia, o momento é outro. Assim que sancionada a lei, ele quer recolocar a biografia nas prateleiras. "Meu livro será o último livro proibido no Brasil e Roberto será o último censor do Brasil. É um título que ele não merece".
DivulgaçãoDepois de Roberto Carlos lhe sussurrar algo ao pé do ouvido, o advogado Alvaro Bogerth disse que queria mudar um trecho do documento (...). Ele tem implicância com determinadas palavras e não queria que uma delas constasse no texto do acordo. Não seria eu a esclarecer isso, pois desejava mesmo que eles continuassem não se entendendo. Foi quando Borgeth resolveu ser mais claro e incisivo, e quase batendo na mesa afirmou: "O problema é que o artista não quer usar a palavra 'renúncia' no documento, entenderam? Ele não quer essa palavra! Pode usar qualquer outra, por exemplo, desistência, menos 'renúncia' (...) E em vez de renúncia, no texto ficou que Roberto Carlos "manifesta expressa desistência da ação civil"

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