Tanta taxas para pagar. Tudo é cobrado. As filas continuam grandes e a qualidade de atendimento caiu. Na Caixa Econômica Federal , em suas agências poucas coisas são atendidas, pagar boletos só nas lotéricas. E a gente ver a maioria dos bancos crescendo financeiramente. Vejam:
Bradescão: R$ 12 bilhões de lucro. Itaú e Banco do Brasil:
R$ 15 bi. Enquanto o PIB se arrasta, o lucro dos bancos cria asas. Mas
ei: se tem dinheiro saindo pelo ladrão, vale pensar a sério em como
pegar um pouco para a gente – sem o embaraço de infringir a lei, claro. E
o melhor jeito de fazer isso é simples: tirar dos fundos de
investimento do seu banco e colocar no Tesouro Direto.
Não que isso seja novidade. O Tesouro está em alta,
principalmente agora, que ações viraram um investimento tão seguro
quanto a Telesena, que poupança rende menos do que estocar comida na
área de serviço e que o único jeito de conseguir um fundo de banco sem
taxa de administração suicida é comprovar pro gerente que, sim, você
entrou na lista de bilionários da Forbes.
Bom, o Tesouro Direto é um jeito de investir em títulos
públicos, de emprestar dinheiro para o governo em troca de juros. E
quase sem pagar taxa de administração. Se você tem dinheiro num fundo
DI, já está emprestando para o governo. Está quase tudo aplicado em
títulos públicos que pagam a Selic, a taxa básica de juros da economia.
Quando a Selic sobe, então, você ganha mais. Se o fundo for de renda
fixa, o grosso ali está em títulos pré-fixados, os que pagam um juro
fixo, na alegria ou na tristeza, na subida ou na descida da Selic. Esse
juro fixo geralmente é maior que a Selic. Então, quando a taxa básica
cai, fica maior ainda. E o fundo começa a dar dinheiro a rodo. Mas quem
ganha mesmo, na saúde ou na doença, é o nosso amigo banco. Um fundo
normal cobra quase 2% ao ano de taxa de administração. Não é pouca
coisa. Um cálculo simplificado, que não leva em conta as filigranas
financeiras que desse tipo de operação, deixa claro: se a taxa básica de
juros ficar um ano em 10%, um fundo DI que cobra 2% vai render 8%. Em
dez anos (caso a Selic continue nessa faixa), nosso fundo aqui vai ter
dado 116%. Legal. Só que não: se você comprar via Tesouro Direto o tal
do título que rende igual a Selic – o nome dele é LFT* – vai ganhar 148%
nesses mesmos 10 anos. O cálculo é simplificado, mas não grosseiro:
descontei 0,5% de taxa de administração (sim, o Tesouro Direto não é tão
direto assim: mesmo sem banco no meio, você acaba pagando para alguns
atravessadores oficiais). Anyway, o 1,5% a mais de rendimento anual se
transforma em 32% a mais em 10 anos, graças à magia dos juros compostos.
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