terça-feira, 3 de junho de 2014

OCR- NO ESPORTE : NEYMAR INCENDEIA O TIME E DÁ SHOW NA GOLEADA DA SELEÇÃO BRASILEIRA !


A equipe custou a empolgar, mas o camisa 10 garantiu a vitória por 4 a 0 com uma grande exibição – com direito a caneta, chapéu, assistência e gol de falta


Neymar dá bicicleta no amistoso contra o Panamá em Goiânia
Neymar dá bicicleta no amistoso contra o Panamá em Goiânia - Ivan Pacheco/Veja.com
Depois de um início decepcionante, a seleção mudou de cara graças à grande esperança brasileira na Copa: Neymar fez grande jogada, sofreu a falta e cobrou com perfeição, abrindo o placar e iniciando a goleada
Desde a eliminação do Brasil da última Copa do Mundo, em 2010, a aposta mais frequente sobre as chances da seleção na edição de 2014 resume-se ao desempenho esperado de Neymar, o único fora de série da atual geração. Nesses quatro anos, falou-se muito que a equipe só seria campeã caso o jovem craque confirmasse seu fantástico potencial. Às vésperas da estreia no Mundial, fica cada vez mais claro que esse diagnóstico era preciso. No primeiro amistoso da reta final de preparativos para a Copa, o Brasil goleou o Panamá nesta terça-feira, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, por 4 a 0, com uma atuação memorável de seu camisa 10. Neymar fez de tudo: marcou um golaço, deu caneta e chapéu (três), anotou uma assistência e incendiou o público com seus dribles e arrancadas. A pouco mais de uma semana do início da Copa, a equipe de Luiz Felipe Scolari revelou algumas falhas, mas mostrou que contará com um Neymar endiabrado e inspiradíssimo. Agora, a seleção retorna ao Rio de Janeiro (em voo fretado marcado para a noite desta terça) e ganha folga na manhã de quarta na Granja Comary. O próximo amistoso, último ensaio aberto antes da estreia na Copa, será na tarde de sexta, no Estádio do Morumbi, em São Paulo, contra a Sérvia, trazida ao país como "dublê" da Croácia, a adversária na abertura do torneio. 

Time enferrujado - O começo da partida foi pouco animador para o Brasil: errando bastante e aparentando ainda não estar em sua condição física ideal, a seleção custou a engrenar. Se na véspera do jogo Felipão pediu um time com a mesma atitude e força de 2013 – quando a equipe reconstruiu seu prestígio e recuperou a confiança do torcedor – o jeitão meio enferrujado da seleção nesta terça chegou a causar alguma apreensão no Serra Dourada. A seleção parecia ansiosa. Aos 10 minutos, David Luiz, que usou a braçadeira de capitão na ausência de Thiago Silva, levou cartão amarelo por uma entrada dura quase na linha que divide o gramado. Outros atletas da seleção também deixavam transparecer certa frustração pela falta de fluidez do jogo do Brasil. Surpreendentemente, o Panamá trabalhava a bola por mais tempo e rondava a área brasileira com mais frequência – e o time da casa só conseguia avançar no contra-ataque, ao roubar a bola com seus meias e atacantes. O time de Felipão também perdia muitas bolas fáceis, errando o passe ou falhando em lances corriqueiros. E o Brasil completava a primeira metade da etapa inicial mostrando um futebol sem inspiração nem brilho.
O jogo mudou graças à grande esperança brasileira na Copa. Aos 24, Neymar, em jogada individual, arrancou em direção ao gol e sofreu falta na entrada da área. Ele mesmo cobrou, batendo com incrível categoria, no ângulo, e abrindo o placar. O camisa 10 colocou fogo no jogo e na torcida ao fazer uma linda jogada pelo lado esquerdo, com direito a caneta no zagueiro e cruzamento milimétrico para Fred, que errou a cabeçada. Aos 30, Hulk, que fazia uma partida ruim até aquele momento, também criou uma boa oportunidade, disparando pela direita, mas o cruzamento foi interceptado pela defesa. O Brasil enfim crescia no jogo, espremendo o Panamá em seu campo e fazendo lembrar um pouco mais o time contundente e vibrante da campanha vitoriosa na Copa das Confederações. Neymar, o melhor em campo, voltou a empolgar com um belo chapéu na intermediária. Aos 39, o Brasil ampliou com Daniel Alves, que aproveitou uma sobra, ajeitou e bateu forte e cruzado. A seleção encerrou a etapa inicial recolocando o jogo nas circunstâncias esperadas por todos, com domínio das ações e ditando o ritmo da partida.

Neymar decisivo - Cumprindo o que já havia prometido na segunda-feira, Felipão logo começou a rodar o elenco: na volta para o segundo tempo, trocou os laterais (Maicon no lugar de Daniel Alves e Mawell na vaga de Marcelo) e deu nova chance a Hernanes no lugar de Ramires (que tinha conquistado a chance de substituir Paulinho no treino da véspera). Um dos três poupados pela comissão técnica (junto de Thiago Silva e Fernandinho), o volante do Tottenham fez falta, deixando claro que trata-se de uma peça essencial para a equipe. A qualidade de Neymar, entretanto, compensava qualquer ausência: com apenas um minuto de jogo na etapa final, ele recebeu de costas para o gol, deu um passe de calcanhar genial e deixou Hulk livre, cara a cara com o goleiro, para apenas completar para as redes. Aos 3 minutos, o camisa 10 foi acionado por Maicon na ponta direita e fez um cruzamento açucarado para Fred escorar de cabeça. O artilheiro, porém, mandou a bola pelo alto. Apesar do gol marcado e da assistência para Hulk, o melhor lance de Neymar talvez tenha sido uma chance perdida: aos 6 minutos, ele surpreendeu a todos ao disparar pela faixa central, roubar uma bola cruzada entre os defensores e invadir a área para finalizar. O goleiro McFarlane espalmou para fora.
Aos 10 minutos, uma rara chance do Panamá, num vacilo alarmante do goleiro Júlio César – o camisa 12, que reconheceu estar chegando para a Copa pressionado, quase comete uma falha grotesca numa bola fácil pelo alto. Depois de escorregar, ele se recuperou a tempo de defender uma cabeçada. Aos 15, outra substituição já prevista: Fred, que não fez bom jogo, deu lugar a Jô. Willian, que tem sido muito elogiado por Felipão nos treinos, substituiu um apagado Oscar (o camisa 11 ainda se recupera de problemas físicos). Henrique também foi testado, ocupando a vaga de David Luiz. Na prática, no entanto, pouco mudou: ainda era Neymar quem dava as cartas. Aos 27 minutos, ele dominou pelo meio, deu um toque sutil e acionou Maxwell pelo lado esquerdo. Ele cruzou para Willian escorar com facilidade. Com a fatura ganha e a seleção reduzindo o ritmo (com exceção de atletas como Willian e Jô, que sabem que precisam aproveitar todas as oportunidades), a torcida começou a deixar o estádio antes mesmo dos 40 minutos. O show de Neymar, contudo, não tinha acabado: nos instantes finais do jogo, ele finalizou mais duas vezes antes de dar outro lindo passe para Jô quase marcar. Não restam mais dúvidas: o Brasil tem, definitivamente, um candidato de primeira a astro maior da Copa. 

Técnico Luiz Felipe Scolari durante coletiva de imprensa, em Goiânia
Técnico Luiz Felipe Scolari durante coletiva de imprensa, em Goiânia - Ivan Pacheco/Veja.com

A seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014


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