quarta-feira, 16 de julho de 2014

CRÔNICA : "DEUS NÃO É BRASILEIRO TAMPOUCO ALEMÃO"

Liga, não, Deus, a gente sabe perder. Até porque cinco estrelas na camisa não é pra qualquer um

Enquanto a Vila Madalena estava empanturrada de torcedores do mundo inteiro naquela terrível terça-feira, muito além do arco-íris cantado pela Judy Garland em 1939, Deus estava impaciente. Como ser pai de mais de 7 bilhões de pessoas na época mais competitiva da Terra, a Copa do Mundo? Içami Tiba venderia horrores se escrevesse um livro que tentaria ajudar nosso Cara-lá-de-Cima, mas um mero mortal como Tiba nunca conseguirá atingir o talento do Dono do Mundo. Nem ele, nem ninguém (entendeu, Kanye West?). 


As orações foram imensas, WhatsApp de Cristo não suportou tanta conversa. Steve Jobs tentou resolver o problema com alguns modelos avançados do iPhone, até porque já dizia aquela passagem da Bíblia: o que será ligado na Terra, será ligado no céu. Ou seja, além do smarthphone, existem outras tecnologias por lá. Por exemplo, 4G deve pegar bem e a preço de banana, porque o pessoal deste lugar é camarada, o que dá entender que não cobra taxas alfandegárias. Se imposto fosse bom, Brasil seria um paraíso. 



Voltando para a dor de cabeça de Deus, ambos os times que enfrentariam uma vaga na final rogaram seus pedidos. Porém, apenas um lado seria beneficiado. Indeciso, Deus pediu ajuda de Gabriel, seu parceiro de longa data, para que este fizesse "pezinho" ao escalar uma parede. Os anjos, revoltados, diziam para o Pai descer e não ficar em cima do muro, fazendo mais tarde Deus ceder. Sem alguma ideia, o Todo-Poderoso reuniu todos os habitantes divinos a encontrar alguma saída para que seus fiéis não entrassem em conflito com a fé. A multidão estava eufórica para ajudar Deus. Uma mão levantou mais ao fundo. "Senhor, alguém se manifestou.", disse um anjo ao lado do Altíssimo. "Se for Pilatos, não vale", respondeu Ele. "Mas, essa é a única maneira", revidou seu ajudante celestial. "Está bem, onde está o papel toalha", contestou nosso Pai. 



E assim, Deus resolveu sua situação deixando o placar para a sorte definir. Porém, o Criador não contava com Mick Jagger, que decidiu torcer pela nossa Seleção por conta de seu filho brasileiro. A goleada foi tão grande porque o líder da Rolling Stones andou simpatizando com o demônio anos atrás. Liga, não, Deus, a gente sabe perder. Até porque cinco estrelas na camisa não é pra qualquer um. 



Bruno Petri, de 21 anos, estudante de Jornalismo, de Ibiporã (PR) 

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