Com apoio da PM, agentes impediram a
atuação de comerciantes e artistas não cadastrados no espaço. Quem for
flagrado em situação irregular pode pagar multa de R$ 271,35
18/08/2014 | 10:35 Fábio Calsavara
Na
parede externa da agência do Banco do Brasil, no Calçadão de Londrina,
Alcebíades Pereira reclama com agentes da Companhia Municipal de
Trânsito e Urbanização (CMTU) enquanto desmonta a mesa onde expõe à
venda bilhetes da Loteria Esportiva. “Nunca ouvi falar que era proibido
vender bilhete de loteria. Essa banquinha fica aqui há uns 40 anos,
ninguém nunca disse que não podia”, esbravejou.
Ele foi um dos
poucos vendedores ambulantes surpreendidos com a operação coordenada
pela CMTU, em parceria com a Guarda Municipal e a Polícia Militar, que
teve início na manhã desta segunda-feira (18) com o objetivo de coibir a
realização deste tipo de comércio no Calçadão de Londrina. Cerca de 50
pessoas, entre agentes, guardas e policiais participam da operação.
Presença de agentes afugentou ambulantes
O cenário encontrado pela reportagem era bem diferente do que o JL mostrou na semana passada. A presença ostensiva de agentes da CMTU e guardas municipais parece ter assustado os ambulantes. Mesmo no entorno do Terminal Urbano, onde os ambulantes costumam trabalhar, os muros estavam vazios.Apreensivo, o vendedor Natalício de Barros nem mesmo colocou o uniforme de trabalho. Ele vende títulos de capitalização e estava assustado com a fiscalização. “Tenho que sustentar minha família. Fui lá na sede, peguei os bilhetes e me deparei com essa situação. Agora, não sei o que vou fazer”, disse.
O desenhista Altamir Rodrigues reproduz à mão fotos e imagens trazidas pelos clientes. Ele garante que o trabalho é artístico e disse não saber se poderia se instalar no Calçadão. “Fiquei na dúvida, mas não vou teimar porque se levarem meu trabalho não tenho o que fazer.”
Casos como o do artista estão fora da fiscalização da companhia, informou o coordenador de Fiscalização de Posturas e Comunicação Visual da CMTU, Rafael Borges Ribeiro. “Assim como os hippies que se instalam na frente do Teatro Ouro Verde, a autorização precisa ser fornecida pela Secretaria de Cultura”, explicou.
Frequentadores aprovam operação
A reportagem conversou com frequentadores do Calçadão, que
aprovaram a operação conduzida pela CMTU. “Eu passo o meu dia inteiro
aqui e concordo com isso. Quando estava em reforma, tinha tanto
ambulante que não tinha espaço para o pedestre passar”, disse o
aposentado Miro Colomera. Para ele, a regularização dos ambulantes pode
ser a saída para não haver mais discórdia. “Tem que ser organizado”,
comentou.
Já o advogado Alan Pietraroia disse concordar com a fiscalização, mas cobrou a volta dos antigos quiosques do Calçadão. “Nós moradores cobramos há muito a instalação de cafés, floricultura, banca de jornais. A Prefeitura pode sim regularizar os ambulantes, mas o pessoal sente falta desses pontos que eram tradicionais aqui”, avaliou.
Já o advogado Alan Pietraroia disse concordar com a fiscalização, mas cobrou a volta dos antigos quiosques do Calçadão. “Nós moradores cobramos há muito a instalação de cafés, floricultura, banca de jornais. A Prefeitura pode sim regularizar os ambulantes, mas o pessoal sente falta desses pontos que eram tradicionais aqui”, avaliou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário