Gilberto Abelha/JL
Flori Zempulski e Marcos Vinícius Jorge, moradores da rua, reclamam dos buracosMoradores vão dar nomes a buracos de rua em Londrina
Sem resposta para queixas, vizinhança da Rua Iugoslávia promete “homenagem” a prefeito e vereadores
04/08/2014 | 00:01Antoniele Luciano
Nomes de vereadores, secretários e até do prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, vão estampar pinturas em buracos na zona sul da cidade. Às 9 horas, moradores da Rua Iugoslávia, no Jardim Igapó, iniciam o protesto na via, que precisa de recapeamento, para chamar a atenção sobre o problema. A decisão foi tomada após uma série de pedidos feitos à Prefeitura, sem sucesso.
Um dos envolvidos na mobilização, o aposentado Marcos Vinícius Jorge, relata que reclamações e abaixo-assinados vêm sendo encaminhados à administração nos últimos anos, mas que nada mudou. Segundo ele, a única ação feita pela Secretaria de Obras em relação ao problema foi a operação de “tapa-buracos” com pedras ou piche. Poucas chuvas depois, a cobertura acabou desfeita e os buracos abertos novamente. “Há 20 anos, só colocam pedra e de nada adianta. Não queremos que joguem dinheiro público fora”, diz o morador.
Sem prazos para o serviço
Na semana passada, o prefeito Alexandre Kireeff chegou a ir até a Rua Iugoslávia, para verificar “in loco” a situação do asfalto. Apesar da visita, ontem ainda não havia previsão sobre a execução do serviço cobrado pelos moradores.
De acordo com o secretário Municipal de Obras, Valmir Matos, solicitar o recapeamento da via é direito da comunidade, mas impedir que a Prefeitura atue ali, dentro das possibilidades dos gestores, não. “Eles estão radicalizando muito. Vamos respeitar a posição deles e trabalhar onde as pessoas querem”, afirma.
Matos acrescenta que as intervenções previstas para a Rua Iugoslávia eram as mesmas realizadas recentemente na Avenida Brasil. O secretário completa que a prioridade para novo asfaltamento depende de alguns critérios. “A via precisa receber transporte público, ser ligação para outros bairros. Não podemos dar para a Iugoslávia o mesmo tratamento da Avenida Tiradentes”, compara.
Esse ciclo cansou a vizinhança, que começou a se reunir e a impedir a prática por equipes municipais. Foram ao menos duas tentativas de “tapa-buracos” em que os funcionários da Prefeitura não puderam concretizar o serviço previsto. “Pagamos impostos e não entendemos por que essa rua não pode ter o asfalto refeito, sendo que em outros bairros isso acontece. Qual o critério para isso?”, questiona Jorge. Ele cita a Gleba Palhano como bairro onde não estaria haveria esse tipo de problema.
Outro morador da Iugoslávia, o jornalista Osvaldo Ribeiro observa que as pedras depositadas nos buracos se soltam e atrapalham quem precisa transitar por ali. “É pedra que bate nos carros, moto que derrapa”, comenta. O servidor público Flori Zempulski assinala que há ainda relatos de trepidação dos imóveis por conta do atrito dos carros que passam sobre as pedras soltas na via.
Pedras à venda
Além dos buracos da Rua Iugoslávia, devem ganhar nomes também as falhas no asfalto de vias adjacentes, como a China. O grupo espera que o ato seja acompanhado por toda comunidade, incluindo estudantes de uma escola próxima.
Além dos buracos da Rua Iugoslávia, devem ganhar nomes também as falhas no asfalto de vias adjacentes, como a China. O grupo espera que o ato seja acompanhado por toda comunidade, incluindo estudantes de uma escola próxima.
Os moradores estão se programando para começar o protesto varrendo os buracos e recolhendo as pedras em um dos cantos da rua. O material deve receber uma placa de “vende-se”, já preparada por um dos vizinhos. A ideia é disponibilizar os resíduos para pedreiras e obras. Só depois que os buracos estiverem limpos é que as áreas serão sinalizadas e vão receber os nomes.
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