Bastidores da notícia
Por DANIEL CASTRO, em 22/09/2014 · Atualizado às 06h38
Considerado fraco, o
desempenho de Patricia Poeta nas entrevistas com candidatos à Presidência, em
agosto, foi determinante para a saída da apresentadora do Jornal Nacional,
anunciada há uma semana. A atuação de Poeta desagradou a João Roberto Marinho,
herdeiro de Roberto Marinho responsável pelo jornalismo.
Na avaliação de
profissionais da Globo, Patricia Poeta foi mal principalmente nas entrevistas
com Marina Silva e Dilma Rousseff. Na entrevista de Dilma, ela foi atropelada
por William Bonner. Fez apenas duas intervenções, contra 11 do colega de
bancada. Poeta só abriu a boca quando já tinham transcorridos 7 minutos e 13
segundos de entrevista, quase na metade do tempo total. Perguntou sobre saúde,
enquanto Bonner martelou em questões mais capitais para a candidata, como
corrupção e crescimento da economia.
Na entrevista de
Marina Silva, o desempenho de Patricia foi considerado internamente um
"fiasco". Ela não foi clara em sua questão, sobre o fato de a
candidata ter sido apenas a terceira colocada na campanha à Presidência de 2010
no Acre, seu Estado natal. Tentou tornar a pergunta mais relevante para o resto
do país e tomou uma "invertida": "Talvez você não conheça bem a
minha trajetória", respondeu a candidata.
Para jornalistas
experientes da Globo, faltou capacidade de improviso rápido para Patrícia.
"Nós estudamos bastante", respondeu ela, como se fosse uma colegial,
não uma jornalista que apresenta o maior telejornal do país e tem obrigação de
estar bem informada sobre tudo no mundo todo.
Segundo altas fontes
na Globo, o desempenho de Patrícia Poeta nas entrevistas com presidenciáveis é
o detonador mais provável da queda da jornalista. Nessa avaliação, a
notícia da compra (não concretizada) de um apartamento de R$ 23 milhões
não teria tido relevância. Seria apenas um indicador do processo de
fritura pelo qual ela passava internamente.
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