sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

CRÔNICA DE PAULO BRIGUET - JORNAL DE LONDRINA : "O INFERNO PETISTA"



Inferno petista







  • Paulo Briguet
  • 05/12/2014 00:41

A sequência de notícias ruins que o governo do PT guardou para depois da eleição é qualquer coisa de inimaginável, mesmo para aqueles que, como eu, esperavam o pior. O Brasil elegeu um governo morto; só a renúncia ou o impeachment nos livrará deste “cadáver adiado que procria”. Nunca antes neste país um mandato começou em tal clima de velório.
Por falar em mortos, a manobra para esconder o déficit do governo, e assim livrar a senhora Dilma de um processo de impeachment, equivale ao sepultamento da Lei de Responsabilidade Fiscal, uma das últimas legislações eficazes em vigor no Brasil. Agora é o vale-tudo, decretou Dilma. Sinto uma grande vergonha; a vergonha que, eu sei, eles não sentem.
Dias atrás, uma amiga me contou uma piada que vale reproduzir aqui. Um brasileiro morreu e foi recebido por São Pedro. O porteiro do Céu disse ao recém-chegado:
– Aqui o sistema é o seguinte. Você passa 24 horas no Inferno, depois 24 horas no Céu, depois escolhe o que achar melhor.
Então, o brasileiro desceu ao Inferno, que, para sua surpresa, revelou-se um lugar agradabilíssimo. Belas mulheres, velhos amigos, uísque e cerveja à vontade, música dançante, diversão pra valer.
Após 24 horas de deliciosa farra no Inferno, o homem foi para o Céu. Belas paisagens; corais regidos por João Sebastião Bach; um clima de paz e serenidade. Mas o brasileiro estava de ressaca e dormiu quase o tempo todo.
Ao fim do dia, um pouco envergonhado, o homem confessou a São Pedro que preferia o Inferno.
E assim foi feito. Quando chegou ao Inferno, no entanto, foi recebido pessoalmente pelo diabo, que lhe deu um violento empurrão para o meio das chamas. Não havia mais mulheres, nem amigos, nem uísque, nem cerveja, nem dança. Só havia trevas e ranger de dentes.
– Mas ontem estava tudo diferente – lamentou o condenado.
– Só que ontem nós estávamos em campanha – respondeu o diabo. – Agora é o nosso mandato.



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