Vou tentar exemplificar através de alguns casos e frases que ouvimos a posição das pessoas em relação à gente e ao país:
Na Europa: em geral acham curioso e quase exótico sermos brasileiros e termos vindo de um lugar considerado bem distante (cruzando o oceano e no hemisfério sul), mas nos vêem com bons olhos e costumam ser simpáticos e gentis, educados, buscando sempre ajudar da forma que podem quando pedimos alguma informação por exemplo, ou mesmo parando e se dispondo a ajudar quando nos vêem com um mapa na mão.
Nos Estados Unidos (NY e Washington): de modo geral eles não se importam e nem perguntam de onde você é, já que está falando em inglês mesmo. Mas se acontece da gente falar que é brasileiro eles acham algo normal, visto que atualmente está infestado de brasileiros viajando por lá. Não são corteses, são bem diretos e ríspidos ao dar alguma informação. Estão sempre correndo, e parecem que não podem “perder tempo” com coisas assim. Contanto que a gente gaste nosso suado dinheirinho lá está tudo bem, a aceitação é boa. (desculpa se soa ofensivo para alguém, mas foi assim que me senti lá...)
Galápagos: os equatorianos super bronzeados (acima) custam
a acreditar que eu branquela assim possa ser brasileira!
a acreditar que eu branquela assim possa ser brasileira!
- Um casal canadense (ambos de feições japonesas) estava viajando pela América do Sul mas não quiseram conhecer o Brasil pois acham que é muito violento e tinham medo.
- O jovem viajante da Bélgica não visitou ainda o Brasil pois acha tudo muito caro, disse que já orçou mas o preço fica sempre meio “pesado”.
- A viajante de meia-idade da Argentina também disse que é muito caro viajar para o Brasil, que não sabe se são os impostos ou o quê, mas que ao cotar as viagens o preço é sempre muito alto e acaba não compensando ou animando visitar. Ela morava em Mar del Plata (balneário turístico e de certa forma caro), e disse exatamente o seguinte: “para o argentino sai mais barato ir e voltar até o Caribe do que viajar para o Brasil”, e então muita gente opta por outras localidades e não aqui.
- A jovem viajante da Coréia do Sul (!!) foi a única que conversamos que passou pelo Brasil, e não teve nenhuma reclamação a respeito, gostou do que viu. Mas acho que ela é uma exceção, pois é uma desbravadora e destemida garota de 20 e poucos anos (máximo 30) que estava terminando sua volta ao mundo SOZINHA, e já no 11 mês.
Em Galápagos, conversando com a única estrangeira (sul-coreana)
que veio até a América do Sul e não teve restrições em visitar o Brasil
que veio até a América do Sul e não teve restrições em visitar o Brasil
CONCLUSÃO:
De modo geral, acho que ser brasileiro é uma vantagem enquanto estamos viajando, pois a maioria das pessoas (estrangeiros) simpatiza bastante com nosso país, embora conheçam muito pouco daqui, em geral se resumindo sim a CARNAVAL, FUTEBOL e RIO DE JANEIRO (+violência urbana). Alguns ainda sabem dizer que aqui tem muitas praias e que são muito bonitas, e então se estamos num destino com praia eles acham que ali não deve ser tão bom como no Brasil, ou que já estamos acostumados com praias assim bonitas e de areia clarinha. Outras cidades/estados que alguns poucos “sabem que existe” aqui: São Paulo, Bahia, Cataratas do Iguaçu (em Foz) e Amazonas. Curitiba? Um nome totalmente estranho do qual nunca ouviram falar! Tanto na América do Sul quanto na do Norte gostam também de citar o nome do nosso último presidente (Lula) e da atual Dilma Roussef, como algo que vêem como positivo e também como diferente/curioso (presidenta mulher).
De modo geral acho que se identificar como brasileiro gera um resultado positivo em quase todos os lugares, pois há uma certa simpatia por nosso país, que não é tão rico a ponto de parecer arrogante, nem tão pobre a ponto de sentirem pena por morarmos aqui ou achar que a vida é extremamente difícil e sem condições. Por isso sempre acho válido e dou a dica de colocar um bottom com a bandeira do Brasil na bolsa/mochila em que vai levar nos passeios, ou usar uma camiseta daqui ou algo que o identifique como tal. Isso pode ajudar na aceitação e a tornar as coisas mais fáceis e agradáveis. ;-) No nosso caso pelo menos sempre fomos bem-tratados, e nunca sofremos nenhum tipo de desconfiança ou preconceito.
Acho que o fato do Brasil nunca ter se metido em guerras e ser bastante miscigenado também ajuda na aceitação. Somos conhecidos por coisas alegres, por um clima quente, por sermos falantes e sorridentes. E nosso país é conhecido como um destino turístico caro, com dificuldade de infra-estrutura no turismo, extremamente violento e inseguro para se passear, e que portanto não é muito considerado entre as opções para os estrangeiros. Acho que no aspecto do turismo ainda temos mesmo um largo passo para dar.... Exemplo básico: cadê as placas e sinalizações em 2 línguas (PT e inglês)? E museus, que quase nunca tem a tradução? Como um turista vai visitar um museu de história, se não pode ler nada? (só olhar figuras basta?) Em relação ao transporte público também é muito complicado para um estrangeiro, pois não temos mapas das rotas e a sinalização é precária e sem horários definidos. Quem vem pra cá acaba tomando táxi na maioria das vezes, pois não consegue se orientar sozinho nas áreas urbanas.
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