Professores e funcionários estaduais ocuparam ontem o plenário e conseguiram interromper a votação do pacote fiscal do governador Beto Richa (PSDB). A previsão era de que eles passassem a noite na Casa e que só deixassem o local mediante a retirada das propostas de pauta. As mensagens 6/2015 e 60/2015, que cortam gastos públicos e arrocham direitos trabalhistas, seriam votadas em regime de comissão geral, sem análise prévia por parte das comissões permanentes da AL.
Acuados, parlamentares governistas se esconderam em uma sala anexa ao plenário e só saíram sob escolta policial. Apesar do clima de revolta, a ocupação foi relativamente pacífica, sem registro de feridos. Até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa da AL não tinha um balanço dos estragos causados, nem sabia precisar quando seria possível retomar a plenária. A reportagem verificou que as grades do Comitê de Imprensa, as portas de vidro das galerias e algumas caixas de votação utilizadas pelos deputados foram danificadas.
Traiano informou, por meio de nota, que se reuniria hoje com os líderes partidários, em horário a ser definido, para discutir formas de retomar os trabalhos. O presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, contudo, contou que a intenção dos professores era não arredar o pé da AL até que o governo retrocedesse. Às 20 horas, eles já se organizavam para verificar quem seria responsável por buscar água e comida para o "acampamento". "Essa é uma ocupação que denuncia a humilhação que o governador tem posto aos servidores públicos de forma geral. Ao invés de ficarmos nas escolas, atendendo aos alunos, precisamos vir aqui e reivindicar os nossos direitos", afirmou.
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