segunda-feira, 20 de abril de 2015

ADVOGADO DE VARGINHA-MG, ESCREVE LIVRO DIZENDO QUE TIRADENTES MORREU CARECA.


Mário Caldonazo escreveu livro onde questiona divergências históricas.
Para ele, a imagem de Tiradentes foi criada como jogada de marketing.


Um advogado de Varginha (MG) questiona a história de Tiradentes que é contada pelos livros. Mário Caldonazo tenta provar que o mártir não morreu barbudo e cabeludo, conforme contam as publicações de história. Nesta  terça-feira (21) é celebrada a data em que Tiradentes foi morto no ano de 1792. Tiradentes foi o único de todos os inconfidentes presos que foi condenado à morte.
O resultado de 6 meses de estudo do advogado deu origem ao livro “A Defesa dos Inconfidentes: Justiça ainda que tardia a um digno advogado”. Nele, o advogado apresenta as conclusões dos estudos, que o levam a crer nas divergências históricas. “Meu objetivo é fazer com que a verdadeira história seja conhecida, nem que seja aos poucos”, disse.
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Advogado de Varginha contesta história oficial de Tiradentes (Foto: Reprodução EPTV)Advogado de Varginha contesta história oficial de
Tiradentes (Foto: Reprodução EPTV)
Caldonazo ficou surpreso ao descobrir que a versão contada nas escolas e as imagens impressas em livros didáticos são diferentes. “Nada mais é do que um marketing feito pela Corte Portuguesa na tentativa de eleger um herói nacional. Não existe nenhuma imagem de como ele era. Não havia fotografia naquela época e nenhum historiador confirma as reproduções. Eu questiono a aparência porque era proibido usar barba e cabelo comprido no período em que a história aconteceu. Por isso, acredito que ele, como os outros, tenha sido enforcado com a cabeça e a barba raspadas”, contou.
O advogado conta que fez as ‘descobertas’ enquanto lia sobre o trabalho do defensor público designado para defender os 29 acusados da Inconfidência Mineira. O advogado estudou os 10 volumes do processo original do movimento da Inconfidência Mineira. O processo durou de 1789 a 1791 e Tiradentes foi interrogado 11 vezes. Ele diz ainda que o advogado que atuou como defensor dos réus da inconfidência mineira, incluindo o Tiradentes, teve apenas 21 dias para ler todo o processo e elaborar os argumentos de defesa.
De acordo com os livros de história, Tiradentes teria sido enforcado por assumir a autoria da liderança do movimento, mas segundo os estudos do advogado, Tiradentes teria feito isso em um ato de heroísmo para não comprometer os colegas. “Em muitos textos aparecem informações divergentes sobre isso e sobre Tiradentes, e o fato dele ter sido condenado à morte mostra isso”, disse.
Outra divergência apresentada pelos livros é de que Joaquim José da Silva Xavier tivesse nascido em Tiradentes. Na verdade, o mártir nasceu na Fazenda do Pombal, no ano de 1746, em São João Del Rei. O fato foi reconhecido pela Justiça em 2009.
Para advogado, Tiradentes teria morrido com cabeça raspada com outros inconfidentes (Foto: Reprodução EPTV)Para advogado, Tiradentes teria morrido com cabeça raspada com outros inconfidentes (Foto: Reprodução EPTV)
Tiradentes
O apelido de "Tiradentes" veio da profissão de dentista que ele exercera. No entanto, o ofício que mais o promoveu foi o de soldado, que o levou ao movimento da Inconfidência Mineira, que buscava a libertação do Brasil diante da monarquia portuguesa no final do século XVIII.

Durante o movimento, notícias de que os inconfidentes tentariam derrubar o governo de Portugal chegaram aos ouvidos do imperador, que decretou a prisão deles. Tiradentes, para defender seus amigos, assumtiu toda a responsabilidade pelo movimento e foi condenado à morte. O governo fez questão de mostrar em praça pública o sofrimento de Tiradentes a fim de inibir a população de fazer manifestos contra a corte. Em 21 de abril de 1792, Tiradentes foi enforcado e esquartejado.

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