domingo, 24 de maio de 2015

ÁLCOOL: MOCINHO OU VILÃO?.... SERIA CERTO O TAL "BEBA COM MODERAÇÃO?"



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“Beba com moderação”. Certamente você já deve ter visto essa frase em diversas 
propagandas na mídia sobre bebidas alcoólicas. Mas, qual seria a maneira moderada 
de se consumir álcool? Existe um consumo saudável de substâncias alcoólicas?
Seguindo os indicativos que diferenciam e classificam o uso e dependência
 química, é possível sim consumir o álcool moderadamente. Há indivíduos que 
conseguem controlar o consumo de álcool, enquanto outros acabam desenvolvendo
 a dependência da substância. Alguns autores defendem que essa diferenciação
 se dá pela estrutura psíquica do sujeito, pelas tendências que ele apresenta, ou
 até mesmo pelo ambiente que ele convive. Não há uma opinião unânime, por
 isso é sempre importante estar atento aos critérios supracitados, para que 
não se desenvolva uma doença tão grave como a dependência.
No entanto, é preciso refletir se existe um consumo saudável de
substâncias alcoólicas. Quando ingerimos o álcool, esta substância
 logo é absorvida pelo estômago e duodeno e cai rapidamente na 
corrente sanguínea. O álcool passará diversas vezes pelo fígado, 
pois a capacidade de este órgão metabolizar é limitada, embora
 constante. Especialistas na área, como o psiquiatra Ronaldo
 Laranjeira, afirmam que demora cerca de uma hora para 
o fígado metabolizar um copo de vinho – o que equivale a 
50 ml de bebidas destiladas. Assim, se forem ingeridos 
cinco copos de vinho, o álcool ficará no corpo 
por cerca de cinco horas.
A cada passagem pelo fígado, o álcool é então parcialmente metabolizado, ou seja,
 as moléculas do álcool são em parte decompostas (tornando-se em moléculas de gás 
carbônico e água) e eliminadas pela urina, suor, hálito, etc. O restante da substância 
continua no corpo, exercendo seus efeitos em todo o organismo, passando algumas
 vezes pelo fígado até ser completamente eliminado. No entanto, se o fígado for 
continuamente exposto a longos períodos de ingestão do álcool, nem sempre conseguirá
 eliminar a substância sem ser lesado. No processo prolongado de metabolizar o álcool em
 gás carbônico, forma-se uma substância intermediária, denominada acetaldeído, que é 
mais tóxica e lesiva ao organismo como um todo do que o próprio álcool.
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Quando chega ao cérebro, o álcool interage com diversos sistemas químicos, 
sendo os efeitos destas interações variáveis de pessoa para pessoa. De um modo
 geral, o álcool estimula o maior sistema inibitório cerebral – denominado GABA – e
 inibe o maior sistema estimulante do cérebro – denominado Glutamatérgico. Com
 isso, a pessoa tende a ficar mais relaxada, interagir mais ativamente com o ambiente,
 diminuindo assim a ansiedade social. A medida que o indivíduo aumenta a ingestão do
 álcool, esse relaxamento pode se tornar sonolência ou agressividade, variando com o 
sistema químico cerebral da pessoa e da quantidade ingerida da substância.
O álcool também age em alguns canais neuronais, como o canal de cálcio do subtipo
 L. Com isso, surgem alterações motoras como a incoordenação da marcha (andar), deficiência
 na atenção e na regulação do sono-vigília.
É importante ressaltar que as ações farmacológicas do álcool variam de organismo para
 organismo. Assim, uma pessoa pode sentir apenas um relaxamento com uma dose de bebida 
alcoólica, enquanto outra pode se sentir bem sonolenta. 

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