Foto: Devanir Parra/CML
A Câmara de Londrina recebeu hoje uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode “encerrar” definitivamente a eleição de 2012: o vereador Gérson Araújo (PSDB) teve cassado o diploma da Justiça Eleitoral que permitiu que ele voltasse para a Câmara e com isso o primeiro suplente do PSDB, o ex-vereador Amauri Cardoso, deve assumir a cadeira. A vacância da cadeira de vereador deve ser anunciada na sessão de quinta-feira e a partir daí a Câmara tem até dois dias úteis para convocar o suplente, que é Cardoso.
A reeleição de Araújo era questionada na Justiça desde o fim de 2012, pelo PTC. O partido pedia também a nulidade dos cerca de 4.400 votos dados ao tucano, o que forçaria um novo cálculo do quociente eleitoral – a conta que é feita a partir dos votos dados a cada partido ou coligação para definir quantas cadeiras cada chapa ocupará no Legislativo. O novo cálculo daria uma cadeira ao PTC. O partido conseguiu anular a diplomação de Araújo, mas não conseguiu anular os seus votos, o que faz com que a vaga fique dentro do próprio PSDB – beneficiando Cardoso, o primeiro suplente na chapa dos tucanos.
O argumento do PTC é que Araújo assumiu a Prefeitura em meio ao processo eleitoral, o que o tornaria inelegível. O cargo no Executivo deu a ele vantagem na disputa com os outros candidatos. Araújo tornou-se prefeito em 20 de setembro de 2012, quando faltavam 17 dias para a eleição e 100 dias para o fim do mandato. Como presidente da Câmara ele era o primeiro na linha sucessória, já que Barbosa Neto (PDT) foi cassado em julho e José Joaquim Ribeiro (PSC), então vice-prefeito, renunciou em setembro.
“Fogo amigo”
O cumprimento da decisão que afastou Araújo da Câmara foi requerida por Cardoso, seu companheiro de partido. De acordo com o procurador da Câmara, Miguel Aranega Garcia, a decisão do TSE sobre o destino de Araújo foi publicada na quarta-feira, dia 1º e já na sexta-feira, dia 3, Cardoso – que foi aceito como assistente do Ministério Público no processo por ser o primeiro suplente – requereu o cumprimento da decisão. De acordo com Aranega Garcia, o pedido de Cardoso “apressou” o afastamento de Araújo, que aconteceria de qualquer jeito, mas poderia demorar mais tempo caso o suplente não tivesse se manifestado.
Araújo, que anunciou que vai recorrer da decisão para tentar voltar ao cargo, foi polido. Disse que o seu companheiro de partido “tem todo o direito [de requerer]”, mas ressalvou: “eu não utilizaria dessa situação, mas cada um tem uma maneira própria de pensar. Não concordo com o que ele fez”. O vereador admitiu que esperava que essa situação acontecesse em algum momento e que não se arrepende de ter assumido a Prefeitura naquela situação.
Cardoso explicou que entrou como assistente do MP no processo porque estava preocupado em manter os votos na chapa do PSDB. Ele disse que só requereu o cumprimento da decisão “depois que [a situação] estava definida, consolidada”. Ele disse que seu requerimento “não adiantou em nada” e negou que tenha sido desleal com o companheiro de partido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário