quinta-feira, 27 de agosto de 2015

HOJE É O "DIA MUNDIAL DO PSICÓLOGO"...O QUE ELE FAZ?




O que faz o Psicólogo?
       Psicólogo Marcos Bersam no blog:               
                            Não usa de magia. E existem ainda, os que teimam em insistir que Psicólogo está imune as neuroses, erros e falhas inerentes a condição humana. Esse último, convive com o estereótipo que deve ser um sujeito frio, sem sentimentos, que sempre está a analisar e interpretar os fatos. O problema maior não é o que os outros pensam do psicólogo; acredito que o maior obstáculo é quando o próprio psicólogo acredita ser o que não é. Exercer o ofício de terapeuta não é justificativa para perder a humanidade, ou transformar-se num amontoado de técnicas frias.

                                  A queixa é recorrente, o psicólogo, “só ouvia, e nada falava”. O cliente sente que está diante de um pessoa indiferente e, infelizmente tal situação acontece com frequência gerando decepção e frustração, sentimento estes pontuais, naquele que somente está pedido de ajuda, que em muitas situações agravam ainda mais a frágil situação da pessoa.
                                 Essa visão de que o psicólogo tem que atuar de modo silencioso num primeiro momento nunca me agradou. Este silenciar do terapeuta até tem a hora de acontecer e é proveitoso, depois de estabelecido um vínculo (transferência). Num primeiro momento é importante o psicólogo dizer algo, o cliente está aflito para ter um norte, uma direção. O psicólogo que trabalha com a clínica, quase sempre, é analisado por um outro profissional, mais experiente que possibilitou um balizamento de sua conduta. É esperado supor que o psicólogo esteja mais preparado para auxiliar, ajudar e acolher o sujeito que chega com uma demanda, um conflito, dificuldade.

                               O psicólogo é uma das últimas instâncias a quem recorremos. Pois, este profissional só é aceito quando foram esgotados todos os mecanismos tradicionais de ajuda, ou seja, os amigos, a família, o sacerdote e o médico. Diferente de outros profissionais, o psicólogo lida diretamente com o âmago e a essência do indivíduo, sendo o consultório o palco onde as emoções vem a baila; sentimentos, tais como: afeto, tristeza, ansiedades, angústias, medos, fobias, realizações, conquistas, ódios, ressentimentos, alegrias e toda a miríade de emoções que são desdobramentos desses sentimentos se apresentam sem muita cerimônia.
                                   O próprio princípio da psicoterapia, nos faz compreender que este profissional caminha junto; pontua; interpreta; aponta; questiona. A sua função é reestabelecer contato pleno com as crenças, com os valores e com os automatismos mentais que até então impediam o crescimento emocional. O cliente neste processo necessita do terapeuta, para que ele possa “olhar-se diferente”, saindo da profunda miopia emocional em que se encontra.
                                      O psicólogo não é amigo, não é familiar, não é marido, o terapeuta se coloca num lugar de pretensa imparcialidade, contudo, sem perder o aspecto humanista da relação. Finalmente, o sujeito aceitar com menos resistências os possíveis atalhos e meandros para se libertar de sua neurose.
                               Acredito que ser psicólogo requer extrema sensibilidade, é aquecer sujeito quando ele sente frio na alma e auxiliá-lo a levantar quando não resta mais nada para dar amparo, é o ofício de reunir o que restou de suas potencialidades, atualizar e recordar conquistas de outrora, trazer novamente o brilho do olhar, de que o amanhã ainda existe, de que a vida vale a pena ser vivida. Alavancar a esperança e permitir que o que foi tido com sem importância ganhe notoriedade.
                               E fazer do gesto simples de ouvir, uma ferramenta para alavancar a quem a vida estava sem forças para prosseguir, ouvir é permitir que o psicólogo funcione como uma câmara de eco, cada vez que o cliente fala vai se descortinando novas possibilidades de entender seu problema, logo, falar na sessão é uma maneira eficaz de escutar a si mesmo.

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